BM22 - InterMETAL

www.intermetal.pt 2024/3 22 Preço:11 € | Periodicidade: Trimestral | Julho, Agosto, Setembro 2024 - Nº 22 | www.intermetal.pt «Deitar fora qualquer um consegue … » www.mewa.pt/servicocompleto Mewa. Panos de limpeza reutilizáveis com serviço completo.

RÓTULAS, FORQUILHAS, CABEÇAS DE ARTICULAÇÃO

ACEDA AO MERCADO DA INDÚSTRIA METALOMECÂNICA LUSO-ESPANHOLA PORTUGUÊS: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, ... ESPANHOL: Espanha, México, EUA, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Perú, ... O GRUPO EDITORIAL IBÉRICO DE ÂMBITO INTERNACIONAL INTEREMPRESAS MEDIA - ESPANHA Tel. +34 936 802 027 comercial@interempresas.net www.interempresas.net/info INDUGLOBAL - PORTUGAL Tel. (+351) 215 935 154 geral@interempresas.net www.induglobal.pt

SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, Esther Güell, Nerea Gorriti redacao_intermetal@interempresas.net www.intermetal.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127299 Déposito Legal 455413/19 Distribuição total +4.100 envios. Distribuição digital a +3.400 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 22 – Julho, Agosto, Setembro 2024 Estatuto Editorial disponível em https://www.intermetal.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da InterMETAL adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 8 EDITORIAL 9 Entrevista com Paulo Barradas, presidente da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME) 14 EuroBLECH 2024: o poder da produtividade 20 O Metal Portugal como catalisador da economia portuguesa 24 Indústria 5.0: o lado humano e sustentável da tecnologia 28 Amada amplia instalações de produção na Finlândia 32 Tecnologia Faccin potencia produção de componentes para parques eólicos offshore 36 Como um sistema de bobina poupa 20% de material no fabrico de capôs para trator 39 Henkel combina passivação de metal e pré-tratamento num único passo 42 Inovação sustentável na limpeza de componentes industriais 44 Panos de limpeza Mewa para uma produção limpa e fluida 48 Processo automatizado de limpeza em linha com produção integrada de grânulos de limpeza 50 Otimizar a lubrificação com o serviço completo Fuchs Care 54 Novas soluções de segurança para máquinas-ferramenta 56 Coberturas telescópicas em aço da Hennig garantem proteção contra limalhas 58 Novo software com funcionalidades inteligentes para uma engenharia mais fácil e rápida 60 Metabo lança nova rebarbadora sem escovas de 2000 Watt 63 Bystronic apresenta nova ByCut Smart 3015/4020 64 Novas classes de torneamento para maquinagem de superligas resistentes ao calor 65 Gama Push-Lok da Hasco ampliada para facilitar o processo de montagem de moldes 66 Norelem amplia gama de peças normalizadas para fabrico de moldes e ferramentas 67

8 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Bystronic duplamente galardoada nos German Brand Awards 2024 A Bystronic foi reconhecida em duas categorias: ‘Corporate Brand of the Year’ e ‘Excellent Brands: Industry, Machines and Engineering’. “Estes prémios sublinham o sucesso e a força inovadora da marca e são a prova do desenvolvimento contínuo e do empenho de toda a equipa da Bystronic”, afirma a empresa suíça. INEGI e INESC TEC unem esforços para ajudar empresas a responder aos desafios da digitalização O Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) lançaram uma nova formação denominada ‘Digitalização Shopfloor’ que pretende dotar os participantes de competências essenciais para iniciar, selecionar e gerir projetos de digitalização de forma eficaz. O German Brand Award 2024 é organizado desde 2016 pelo German Design Council, a mais alta autoridade alemã em avaliação de design e marcas, e visa dar visibilidade às marcas mais diferenciadas, recompensado o profissionalismo e a criatividade na gestão das mesmas. O júri, composto por especialistas independentes de diferentes áreas, da economia à ciência, consultoria, serviços e agência, avaliou as candidaturas de acordo com os critérios de originalidade e singularidade da marca, diferenciação da concorrência e relevância para o grupo-alvo. Este ano, candidataram-se 1.300 marcas de 19 países, entre as quais a Bystronic, cuja marca, de acordo com o júri, reflete a evolução de uma empresa de tecnologia na área do processamento de chapa metálica para um fornecedor de soluções completas. “A sua reorientação manifesta-se através de um design corporativo humano e simples, que se projeta sistematicamente para um futuro sustentável em todos os pontos de contacto. A marca vive e respira inovação, concentrando-se nos benefícios para o cliente e inspirando-o com uma presença de marca dinâmica", divulgaram os responsáveis pela iniciativa em comunicado. Com uma duração de 36 horas, o programa divide-se em cinco sessões focadas na transição digital como meio de aumentar a transparência do processo produtivo e otimizar os processos. A reconversão ou atualização de equipamentos, integrando-os com as novas tecnologias e maximizando as potencialidades do retrofitting, também é crucial neste processo. O curso reúne uma equipa de formadores especializados, com vasta experiência e reconhecimento. É coordenado por Alcibíades Paulo Guedes, presidente do Conselho de Administração Executivo do INEGI e Américo Azevedo, investigador do INESC TEC e responsável pela parte de desenvolvimento de negócio das tecnologias ligadas à indústria. Os interessados podem obter mais informações sobre a formação, que terá início a 10 de outubro, no website do INEGI. As inscrições decorrem até 9 de outubro.

9 Contagem decrescente para a EMO 2025 Estão abertas as inscrições para a EMO 2025. A 50ª edição da feira dedicada às tecnologias de produção irá decorrer de 22 a 26 de setembro do próximo ano, em Hannover, Alemanha. Os interessados já podem registar-se. Carl Martin Welcker, comissário geral da EMO, convida os fabricantes de máquinas e componentes relacionados com a metalurgia e metalomecânica de todo o mundo a apresentar os seus produtos, serviços e soluções a uma audiência profissional internacional sob o lema EMO Innovate manufacturing. Os interessados em participar beneficiam de um desconto por antecipação até 15 de outubro deste ano. O preço por metro quadrado inclui toda uma gama de serviços, tais como bilhetes de entrada para os visitantes, material publicitário, ligações elétricas de 3 a 130 kW, fornecimento e consumo de eletricidade, água e ar comprimido, transporte de mercadorias dentro do recinto da exposição, etc. “Isto distingue claramente a EMO da concorrência nacional e internacional”, sublinha Martin Göbel, diretor de exposições da Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramenta (VDW), organizadora da EMO. Recorde-se que, este ano, a feira tem menos um dia, uma decisão estratégica da organização para se adaptar aos hábitos de visita dos profissionais que evitavam visitar a feira ao sábado. As inscrições decorrem em https://emo-hannover.com/ registration. EDITORIAL Desengane-se quem pensou que a 4ª revolução industrial levaria a uma menor dependência da mão de obra. A prática tem vindo a demonstrar o contrário. Os avultados investimentos realizados por muitas empresas do setor em tecnologias de automatização de processos não foram suficientes para colmatar a escassez de trabalhadores qualificados na indústria. Ou seja, falta-nos um pilar fundamental do novo conceito de indústria 5.0 (detalhado no artigo da página 28 desta edição), que assenta precisamente na interação entre o Homem, a tecnologia e a sustentabilidade. A falta de mão de obra tem sido, aliás, uma preocupação repetidamente manifestada por todas as associações do setor. Nesta edição, a AIMMAP e a ANEME abordam este tema em particular e deixam propostas para tentar resolver o problema. Em entrevista, o novo presidente da ANEME, Paulo Barradas, defende a urgência de “qualificar uma nova geração de profissionais, num contexto de digitalização e de inovação nos processos produtivos”. Mas para tal é necessário, uma vez mais, investir em tecnologia. Para os profissionais do setor da chapa metálica, outubro traz uma oportunidade de encontrar novidades nesta área, numa das principais feiras do setor: além de novas máquinas para os mais diversos processos (do corte, à soldadura e estampagem) os expositores da EuroBLECH prometem exibir inovações também no campo da automatização e da digitalização. Além disso, os visitantes vão poder usufruir de um extenso programa paralelo centrado nas tecnologias de ‘fábrica inteligente’. A crescente procura de produtos, software e equipamentos no âmbito da automatização e digitalização constitui, por si só, uma oportunidade para as empresas nacionais. No artigo de opinião da página 24, Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP, lembra que a Agenda Mobilizadora ‘Produtech R3 – Recuperação, Resiliência e Reindustrialização’ foi concebida precisamente para “estimular a oferta nacional de tais equipamentos e tecnologias, no sentido de que a modernização de toda a indústria transformadora do nosso país seja promovida e concretizada a partir de produção portuguesa”. Neste número, destaque ainda para novidades no campo da segurança máquinas e para um caderno especial dedicado às soluções de limpeza e desengorduramento, tradicionalmente pouco ecológicas e sustentáveis. Diversos projetos de investigação nesta área deram origem a produtos e processos amigos do ambiente, desde fluidos inovadores a soluções de aluguer de panos de limpeza que podem ser reutilizados dezenas de vezes, com ganhos para as empresas e para o planeta. Boa leitura! Precisamos de mais tecnologia… e de mais pessoas

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Schaeffler e Siemens intensificam colaboração A Schaeffler e a Siemens assinaram um memorando de entendimento na última edição da Hannover Messe, com o objetivo de promover a utilização da inteligência artificial no setor industrial. Durante o certame, a Schaeffler e a Siemens demonstraram a sua colaboração de sucesso através do Siemens Industrial Copilot, uma solução de automação industrial que utiliza IA e que, na feira, esteve foi ligada a uma máquina de produção da Schaeffler Special Machinery. Graças a este assistente de IA, o trabalho torna-se muito mais eficiente para os trabalhadores na unidade de produção, já que os complexos códigos de automatização da máquina podem ser gerados oralmente. "Estamos no início de uma década de eficiência na Schaeffler. O ‘Siemens Industrial Copilot’ demonstra que atualmente a inteligência artificial já pode ser utilizada na produção. Com o Copilot, oferecemos aos nossos especialistas na unidade de produção uma ferramenta digital inovadora que simplifica o seu trabalho e aumenta significativamente a sua eficiência. Levamos a produção a um novo nível de digitalização em colaboração com a Siemens”, comentou Andreas Schick, chief operating officer da Schaeffler AG. Volume global de robôs industriais excede as 500 mil unidades em 2023 As vendas de robôs industriais ultrapassaram as 500 mil unidades em 2023, de acordo com a empresa de estudos de mercado Interact Analysis. Trata-se de um nível semelhante ao registado em 2022, mas com um preço médio por unidade mais baixo. Apesar da diminuição de receitas, a previsão de longo prazo permanece positiva: entre 2024 e 2028, este mercado deverá registar um crescimento médio anual de 3,7%. Em 2023, as vendas de robôs industriais para a indústria automóvel nas Américas enfrentaram uma pressão significativa, resultando num crescimento lento para este segmento de mercado, uma das maiores indústrias a jusante para robôs industriais na região. O México, em particular, tem uma alta dependência da indústria automóvel, criando assim um grande impacto nas vendas de robôs industriais na região. No geral, o crescimento dos robôs industriais nas Américas caiu 17,3% em 2023; em comparação com a APAC, que teve um ligeiro aumento no crescimento, e a EMEA, que permaneceu estável. As três aplicações mais comuns - manipulação de materiais, soldadura e montagem - representaram mais de 70% das receitas do mercado de robôs industriais em 2023, com a manipulação de materiais a representar um terço do valor total. Esta aplicação comum é especialmente dominante nas Américas e na Europa. O mercado americano tem a maior concentração de mercado a nível mundial, com os cinco principais fornecedores a partilharem quase 80% das receitas e mais de 2/3 dos envios unitários.

11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Associações europeias apelam a uma política comercial ambiciosa e aberta da UE 31 associações de diferentes setores, representantes de empresas envolvidas no comércio de bens e serviços, assinaram um manifesto que apela a uma política comercial ambiciosa da União Europeia (UE) para impulsionar as exportações e a competitividade, apoiar o crescimento e a criação de emprego, bem como proporcionar diversificação e maior resiliência da cadeia de abastecimento. Advanced Factories 2025 centra-se nas tecnologias ‘greentech’ para a descarbonização da indústria A feira Advanced Factories, dedicada à automação industrial e robótica, regressa a Barcelona, Espanha, em 2025, em simultâneo com a AMT - Advanced Machine Tools, a feira de máquinas-ferramenta para a indústria metalomecânica que se realiza a cada dois anos. De 8 a 10 de abril de 2025, o certame espera receber mais de 30 mil profissionais da indústria que procuram soluções para melhorar a produtividade através de fábricas automatizadas e sustentáveis. Sob o lema ‘Redefining Automation with Green Tech’, a nona edição da Advanced Factories centrar-se na sustentabilidade e na descarbonização da indústria. “Num mundo cada vez mais globalizado e exigente, a automação industrial, a robótica e a Indústria 4.0 tornaram-se ferramentas fundamentais para alcançar elevados níveis de eficiência e produtividade. No entanto, a indústria tem de dar um passo em frente e chegar a 2030 cumprindo os objetivos do Pacto Verde Europeu”, afirma Victor Blanc, event manager da Advanced Factories. Para dar resposta a este desafio, mais de 570 empresas expositoras da Advanced Factories irão apresentar as suas mais recentes inovações em robótica, automação, IA, visão artificial, impressão 3D, gémeos digitais, IoT, big data, cloud industrial, blockchain..., bem como soluções para a integração de sistemas de produção, cibersegurança, manutenção preditiva, controlo de qualidade e melhoria da eficiência energética. Paralelamente, o Congresso Indústria 4.0 irá debater a forma como a tecnologia pode melhorar a eficiência energética, redefinir os processos de produção e avançar para uma indústria mais sustentável e descarbonizada. As entidades recordam a importância crucial de procurar novos mercados, uma vez que um em cada cinco postos de trabalho na UE depende das exportações, e sublinham a diversificação como um instrumento para melhorar a resiliência e a capacidade de enfrentar e ultrapassar crises. Esta posição pública de um grupo tão grande de associações empresariais surge numa altura em que o novo Parlamento Europeu ganha forma. Na opinião das signatárias, uma política comercial bem-sucedida da UE deve centrar-se numa série de áreas críticas: • Estabelecer novos e renovados acordos comerciais e melhorar o acesso ao mercado. • Ter um comissário para o comércio dedicado exclusivamente a esta competência na UE. • Continuar a apoiar a Organização Mundial do Comércio e o sistema internacional baseado em regras para garantir um ambiente comercial justo e previsível. • Reforçar a cooperação com os países terceiros parceiros e desenvolver a diplomacia para apoiar uma política comercial aberta e ambiciosa. O documento completo está disponível no site da AFIA.

12 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER José Manuel Pereira Dias é o novo presidente da Associação Portuguesa do Alumínio A Associação Portuguesa do Alumínio (APAL) elegeu um novo presidente para os próximos dois anos. José Manuel Pereira Dias, strategic unit director da Hydro em Portugal, assumiu o cargo durante a mais recente assembleia geral dos representantes da indústria de alumínio, decorrida no dia 5 de julho, em Aveiro. José Dias tem mais de 20 anos de experiência no setor do alumínio, tendo chegado à indústria através do grupo sueco SAPA, no qual desempenhou funções como diretor regional de Vendas. Em 2013 integrou a Technal como diretor-executivo da ALUMIL Angola, responsável pela colaboração com o grupo grego no mercado angolano. Integra há nove anos a Hydro Building Systems Portugal, onde exerce a função de strategic unit director com a responsabilidade da gestão das marcas do grupo no mercado português, desde 2021. Sucede a Rui Abreu, que deixa as suas funções devido a novos desafios profissionais, permanecendo como vogal do Conselho Fiscal. A APAL tem mais de 40 anos e dedica-se à promoção das potencialidades do alumínio enquanto material inteligente e sustentável no mercado português e à representação dos interesses dos seus associados junto da tutela, Governo e outras instituições relevantes. Representa 54 empresas das indústrias do alumínio e do tratamento de superfície de metais, bem como indústrias de extrusão, de anodização, de lacagem, de aplicação, de limpeza e manutenção. UC investiga Tribologia para melhorar eficiência energética em equipamentos industriais A Universidade de Coimbra (UC), através do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), tem desenvolvido investigações no âmbito do Mestrado Conjunto Europeu em Tribologia de Superfícies e Interfaces (Tribos+), focando-se na Tribologia, ciência que estuda o atrito, desgaste e lubrificação entre superfícies em movimento. Este trabalho visa aumentar a eficiência energética e prolongar a durabilidade de sistemas mecânicos, com impacto direto na redução do consumo de energia em processos industriais. O Tribos+, iniciado em 2015 e financiado pela União Europeia, é um programa internacional que reúne quatro universidades europeias de referência: Universidade de Coimbra, Universidade de Leeds (Reino Unido), Universidade de Ljubljana (Eslovénia) e Universidade de Tecnologia de Luleå (Suécia). O objetivo é formar especialistas em Tribologia, proporcionando conhecimentos avançados sobre superfícies, interfaces e lubrificantes, com enfoque na aplicação prática dos conceitos para resolver problemas industriais. Ao longo de nove edições, o programa formou 120 estudantes de 15 países, muitos dos quais prosseguiram para doutoramento ou ingressaram diretamente no setor industrial. Esta formação tem sido essencial para desenvolver soluções que melhoram o desempenho dos equipamentos, reduzindo o atrito entre componentes e, consequentemente, o consumo energético. Com um financiamento total de 20 milhões de euros, o Tribos+ promoveu colaborações entre universidades e indústrias, permitindo que os alunos aplicassem os seus conhecimentos a problemas reais, reforçando a ligação entre o meio académico e o setor produtivo. A investigação em Tribologia na UC posiciona-se assim como um contributo fundamental para a eficiência energética e sustentabilidade na indústria, gerando benefícios económicos e ambientais. José Dias, o novo presidente da APAL, com o antecessor, Rui Abreu, que se manterá na direção da associação como vogal do conselho fiscal.

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ENTREVISTA 14 PAULO BARRADAS, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS METALÚRGICAS E ELETROMECÂNICAS (ANEME) “Para crescermos, temos de investir em inovação, manter a estabilidade financeira e responder ao desafio da mão de obra” Luísa Santos Paulo Barradas é, desde abril deste ano, o novo presidente da ANEME, uma das associações nacionais que defende os interesses das empresas do setor metalúrgico e eletromecânico. Nesta entrevista à InterMetal, o responsável enumera as prioridades da atual direção, definidas para alavancar a competitividade do setor numa altura em que, diz, “já não basta oferecer um produto de qualidade”. Assumiu em abril a presidência da ANEME. Quais são os objetivos e prioridades do seu mandato? A grande prioridade deste mandato são os associados. A ANEME, como todas as associações setoriais, existe para servir as empresas que representa. A atual direção definiu um conjunto de grandes linhas de orientação para o seu mandato que vão, precisamente, nesse sentido. Antes de mais, queremos devolver ao setor a representatividade que a sua função económica e social tem. O nosso setor é um empregador muito relevante de trabalhadores qualificados e tem um peso determinante na economia nacional, nomeadamente pelo elevado volume de expor-

ENTREVISTA 15 tações. Por todas estas razões, é fundamental que o setor seja ouvido e que sejam consideradas políticas tendentes ao seu crescimento e aumento de competitividade. Simultaneamente, queremos alinhar as necessidades dos associados com os programas de incentivos ao investimento. É determinante para a competitividade das nossas empresas acelerar os processos de digitalização bem como a transição energética que, no caso das nossas associadas, são processos complexos e altamente dispendiosos. A inovação é outra das nossas bandeiras. Queremos ser um agente promotor e mediador do esforço dos nossos associados neste aspeto, promovendo as experiências de inovação nas diversas vertentes da gestão da empresa. Só com uma forte aposta em I&D é possível responder aos desafios do nosso tempo. E, por fim, a internacionalização. O setor que representamos tem uma forte componente de exportação e de contacto com mercados, alguns mais evoluídos que o nosso. Para que esta componente cresça e se transforme, ainda é necessário percorrer um caminho importante. Pensamos que as associações setoriais têm um papel fundamental no apoio às empresas que optam por este desafio. Como se caracteriza atualmente o setor metalúrgico e eletromecânico nacional? O setor metalúrgico e eletromecânico português representa uma das principais atividades económicas do país, quer pela sua dimensão em termos do volume de negócios e emprego, quer pelo seu impacte no processo de modernização e desenvolvimento industrial, quer pelo seu caráter transversal no fornecimento dos mais diversos setores de atividade e pela forte contribuição para as exportações nacionais. O setor enquadra várias fileiras industriais de grande importância, desde as indústrias metalúrgicas de base, à fabricação de produtos metálicos, fabricação, reparação e manutenção de máquinas e equipamentos e fabricação de material de transporte. Tem um peso de cerca de 35% na indústria transformadora nacional, representa 23 mil empresas e emprega 246 mil trabalhadores. Em 2023, as exportações atingiram o valor de 25.029 milhões de euros, que corresponderam a 32% do total das exportações nacionais e representaram mais de 55% do volume de negócios do setor. Cerca de 75% das exportações destinam-se ao mercado europeu sendo de assinalar que, para Espanha, França e Alemanha, se exportam 60% dos produtos do setor. Quanto aos mercados não europeus, temos verificado uma tendência de diversificação, sendo de realçar a importância do peso das exportações para os Estados Unidos da América, Angola, Marrocos e Brasil. Que vantagens têm as empresas do setor em associarem-se à ANEME? Eu diria que a principal vantagem é a de poderem contar com uma entidade com quase 65 anos de atividade que os representa e defende os seus interesses junto de instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. Neste contexto, fornecemos às empresas nossas associadas a necessária consultoria nas mais variadas áreas: laboral, jurídica, fiscal, da qualidade, licenciamento e ambiente. Por outro lado, definimos como missão estratégica desenvolver os esforços necessário para incrementar a competitividade do setor, aumentar o grau de qualificação dos seus recursos humanos, bem como o seu nível de internacionalização. Neste aspeto, há mais de 30 anos que temos vindo a promover ações nos quatro continentes. Muitas centenas de empresas do setor metalúrgico e eletromecânico escolheram, e continuam a preferir, o apoio da ANEME para abordar os mercados externos. Este traduz-se em iniciativas como missões empresariais, presença em feiras - há mais de 25 anos que participamos regularmente em feiras como a Midest, Hannover Messe, MetalMadrid, FACIM (Moçambique) e FIC (Cabo Verde) -; criação de entidades locais de apoio às empresas, em especial na área da formação; estabelecimento de protocolos e articulação com associações congéneres; bem como realização de estudos de mercado e de levantamento e caracterização das empresas industriais e comerciais. Assume ainda particular destaque a área da formação profissional, que tem sido uma das vertentes relevantes da nossa atividade. A ANEME é entidade fundadora e membro da Administração do Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM), centro de formação protocolar com 14 núcleos regionais, que tem prestado relevantes serviços ao setor e ao País. Além disso, integramos os dois únicos projetos tripartidos de cooperação portuguesa nesta área: o projeto do Centro de Formação da Metalomecânica de Maputo (Moçambique) e o Centro de Formação BudoBudo (São Tomé e Príncipe). Estes projetos, nos quais participam também o IEFP e a UGT, pela parte portuguesa, e as suas congéneres, pela parte Moçambicana e São-Tomense, contribuem para qualificar os trabalhadores desses países e apoiar as empresas no seu processo de deslocalização, perspetivando-se ainda a possibilidade da sua absorção pelo mercado interno, respondendo à forte carência de mão de obra no setor. Destaco também o apoio que temos vindo a dar aos nossos associados na transição energética e na digitalização, ambas mudanças sistémicas exigentes, que implicam alterações estruturais nos modelos de negócio e de fabrico.

ENTREVISTA 16 Realizámos vários projetos no âmbito do Compete 2020 que permitiram desenvolver um conjunto de ferramentas para apoiar o setor na construção de uma indústria mais sustentável e competitiva apostando na inovação, na descarbonização, na digitalização, na ecoeficiência e na circularidade. Atualmente, estamos a desenvolver um projeto apoiado pelo PRR para criação de um roteiro de descarbonização para o setor. Finalmente, importa referir que a ANEME integra a Federação Nacional do Metal (FENAME), que celebra o Contrato Coletivo do setor com vários Sindicatos representativos de trabalhadores do setor. Este CCT é o instrumento de regulamentação coletiva do setor aplicável no território nacional aos trabalhadores não sindicalizados e às empresas não inscritas em associações patronais, por força de Portaria de Extensão emitida pelo Ministério do Trabalho. Quais são os principais setores clientes dos vossos associados? Pelo seu caráter transversal, o setor é fornecedor dos mais diversos setores de atividade, da agricultura, à construção civil, indústria extrativa e transformadora (realçando o setor de automóvel) e dos grandes projetos de infraestruturas (comunicação, portuárias, ferroviárias, energéticas etc). A prolongada instabilidade no mercado automóvel está a afetar os vossos associados? Em que medida? De facto, a Indústria automóvel atravessa um cenário pouco entusiasmante e de grande instabilidade, que afeta todas as indústrias fornecedoras, com especial destaque para as empresas do nosso setor. Temos uma fileira importante de associados fornecedores de componentes para este segmento, com particular destaque para os fabricantes de moldes, que estão a atravessar uma situação de grandes dificuldades decorrentes da intensa quebra de encomendas já sentida em 2023. Esta preocupação já foi reportada pela direção da ANEME ao Ministro da Economia em 2023, no sentido de sensibilizar para a necessidade de apoiar esta fileira altamente exportadora, em termos de linhas de crédito e outros apoios, nomeadamente quanto à manutenção de postos de trabalho, de forma a mitigar os efeitos deste cenário de instabilidade que tem caracterizado este mercado. Em sentido contrário, assistimos a grandes investimentos no setor energético, principalmente em infraestruturas para a produção de energia “limpa”. As empresas portuguesas estão a beneficiar deste bom momento? Em parte, sim, embora muitos desses investimentos ainda demorem a sair do papel. Convém, no entanto, chamar a atenção para a verdadeira “invasão” de prestadores de serviços estrangeiros no nosso setor, nomeadamente de Espanha, que operam em condições mais competitivas do que as portuguesas. Neste segmento, quais são os principais destinos geográficos das exportações nacionais? No segmento de energia, os principais destinos das exportações portuguesas incluem países europeus como Espanha, França e Alemanha, além de mercados em crescimento na América Latina e especialmente em África, onde a procura por infraestrutura energética tem aumentado. A indústria metalomecânica portuguesa é reconhecida internacionalmente pela qualidade de fabrico. Esse fator ainda é suficiente para manter quota de mercado? É muito importante, para manter quotas, a imagem e a credibilidade que o setor construiu internacionalmente, mas para crescer no mercado é preciso investir em inovação, manter a estabilidade financeira das empresas e responder ao desafio da mão de obra. Em reposta à sua pergunta, o fator reconhecimento já não é suficiente para manter quotas de mercado. As atuais prioridades do setor colocam grandes exigências em termos de qualificação da mão de obra, de uso de tecnologias avançadas e de inovação, impondo-se como prioritárias, para além da qualidade, o nível de produtividade e a diferenciação e inovação das soluções. Impõe-se, assim, um crescente posicionamento no mercado internacional, através de uma oferta mais diferenciada, associada a produtos de elevado valor acrescentado. De realçar ainda a maior flexibilidade produtiva, time-to- -market e componente de serviços, que permita reforçar a customização da oferta, adaptando-a cada vez mais às especificidades do perfil de clientes e disponibilização no mercado de soluções e sistemas mais inovadores e complexos. Por último, importa destacar, como fator fundamental em termos de posicionamento internacional, a resposta

ENTREVISTA 17 das empresas aos novos desafios da indústria em matéria ambiental, energética e de recursos naturais, através de recurso a tecnologias e procedimentos orientados para a eficiência energética e descarbonização, para a produção de energias limpas e para a redução do desperdício de materiais e, em geral, para uma maior circularidade dos modelos de negócio. A ANEME lançou em 2023 o selo ‘Trusted Exporter’. Em que consiste este certificado e que vantagens oferece às empresas exportadoras? A certificação Trusted Exporter foi criada pela ANEME para apoiar o esforço exportador do setor e para disponibilizar um sinal independente de confiança às empresas estrangeiras, uma garantia de que é seguro realizarem negócios com empresas certificadas Trusted Exporter. As empresas reforçam assim a sua capacidade de acesso a novos mercados e de consolidação nos mercados existentes. A certificação Trusted Exporter é auditada pela Bureau Veritas o que, pela sua presença e reconhecimento a nível internacional, funciona também como mais um fator de crédito e confiança relativamente à empresa que exibe essa certificação. Os primeiros certificados Trusted Exporter foram entregues em outubro de 2023 a associados da ANEME. A falta de mão de obra é transversal a toda a indústria e considerado por muitos o principal entrave ao crescimento da economia nacional. Como é que as empresas que a ANEME representa estão a enfrentar esta escassez? Considera que a automatização e digitalização, por exemplo, podem ajudar as empresas a atrair mais jovens? O processo de rarefação do mercado de trabalho qualificado começou no período pós-pandemia e rapidamente se instalou na vida das empresas. Este processo galopante põe em causa mais do que a competitividade das empresas, na realidade questiona a sua própria sobrevivência! No nosso setor, devido ao elevado grau de especialização e qualificação da mão de obra, a situação é particularmente grave e tem um enorme potencial de destruição de valor. Este é, provavelmente, “o desafio” de sobrevivência para os nossos associados nos próximos anos. Não há uma solução miraculosa. O inverno demográfico, o equilíbrio do fluxo migratório, os desafios de um espaço Schengen, carente como está de trabalhadores qualificados a todos os níveis ou o contexto fiscal, são condicionantes que não se resolvem de um dia para o outro, nem sequer num prazo útil. Existem, na nossa visão, algumas oportunidades que passam exatamente pela qualificação de uma nova geração de profissionais, num contexto de digitalização e de inovação nos processos produtivos. A “pedra de toque” para esta revolução é exatamente o fator humano e a capacidade de investimento das empresas. Este último fator, no contexto atual, é um enorme desafio para o tecido empresarial. Quanto ao fator humano, a ANEME vê oportunidades também na capacidade de estimular a imigração de trabalhadores qualificados de várias proveniências, nomeadamente os países de língua portuguesa. Este processo pode e deve ser feito em coordenação com as diversas entidades públicas com esta tutela, mas também com centros de formação e autoridades locais. As recentes alterações da legislação nacional, se bem implementadas, podem ser um passo em frente muito significativo. Os vossos associados têm vindo a investir neste sentido? Temos a perceção de que há um esforço, até por vezes desproporcional ao porte das empresas, para qualificar e desenvolver as competências dos colaboradores. Todavia, num contexto de rarefação de mão de obra, a retenção torna-se por vezes extremamente difícil, o que leva ao insucesso de muitos programas de atração e capacitação de jovens. O estado pode ter aqui um papel fundamental através do IEFP, direcionando a oferta de formação de jovens para setores com dinâmicas de crescimento e alta especialização como o nosso. A formação é, igualmente, uma aposta da ANEME? A formação profissional e a capacitação dos recursos humanos do setor, de uma forma geral, tem sido uma aposta estratégica da direção da ANEME ao longo da sua existência. São desenvolvidas anualmente ações de capacitação dirigidas às empresas associadas, quer numa ótica de informação sobre alterações legislativas, quer numa perspeGanhar quota nos mercados internacionais passa por uma maior flexibilidade produtiva, menor time-to-market e uma forte aposta na componente ‘serviço’

ENTREVISTA 18 tiva de preparação e sensibilização para os vários desafios que se colocam ao setor, destacando atualmente a área digital, ambiental, energética, de sustentabilidade e de internacionalização. A formação profissional é garantida pelo Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM), o nosso centro de formação protocolar, que como já referi, tem 14 núcleos regionais, sendo o maior centro de formação protocolar nacional e desenvolvendo um serviço de excelência para as empresas do setor. Referiu há pouco que estão a desenvolver um roteiro de descarbonização para o setor. Em que fase está esta agenda? As empresas nacionais estão a tomar as medidas nacionais para atingir os objetivos de 2050? Neste contexto, quais são os principais entraves? De facto, a ANEME está a desenvolver um projeto apoiado pelo PRR para criação de um Roteiro de Descarbonização para o setor Eletromecânico, que irá permitir identificar soluções tecnológicas inovadoras, eficazes e específicas para o setor, na estratégia subjacente ao cumprimento das metas identificadas no Roteiro para Neutralidade Carbónica 2050 e no PNEC. Está neste momento em fase de conclusão o desenvolvimento de uma ferramenta, denominada ToolKit Digital, que irá permitir medir o potencial de descarbonização por parte das empresas, designadamente quanto à contabilização de emissões de GEE. No âmbito deste projeto, irão iniciar-se em outubro ações de capacitação das empresas, através da realização de workshops e ações de formação dirigidas aos empresários e quadros técnicos, que visam dotar os participantes dos conhecimentos associados à temática da descarbonização, ao nível dos conceitos teóricos sobre os processos, tecnologias e impactos na redução de emissões de GEE. A maioria das empresas nacionais está bastante atenta ao roteiro da descarbonização, mas trata-se de um processo gradual que inevitavelmente impacta a sua atividade. O investimento é essencial, especialmente quando aliado à necessidade de manter, ou até aumentar, a competitividade do setor. O contexto atual da economia portuguesa, no entanto, não é o mais favorável para as empresas. Os elevados custos de contexto, o quadro fiscal exigente e a posição periférica de Portugal limitam significativamente o espaço para investimentos e processos de inovação bem-sucedidos. A ANEME tem previstas outras iniciativas de dinamização do setor? Sim, a ANEME tem várias iniciativas planeadas para continuar a dinamizar o setor. Estamos focados em promover a modernização e a competitividade das empresas através de ações de formação, inovação tecnológica e apoio à internacionalização. Além disso, temos vindo a trabalhar em estreita colaboração com o Governo e outras entidades para assegurar que o setor se adapta às novas exigências ambientais e digitais e de sustentabilidade, sempre com o objetivo de fortalecer a indústria metalúrgica e eletromecânica no mercado nacional e internacional. O foco desta direção é a aproximação aos sócios e o apoio incondicional na resolução das suas dificuldades! n

A nova rebarbadora 2.000 W. Made in Germany. Uma outra dimensão de produtividade. www.bolas.pt Descubra esta e outras novidades no Folheto Metabo Especial 1/2024.

20 EuroBLECH 2024: o poder da produtividade De 22 a 25 de outubro de 2024, o Centro de Exposições de Hanôver acolhe a 27ª edição da EuroBLECH, o principal evento mundial dedicado ao processamento de chapa metálica. O certame abrange toda a cadeia de abastecimento em 15 setores tecnológicos diferentes relacionados com este mercado. A novidade deste ano são as visitas guiadas, programadas para mostrar aos interessados as melhores soluções de produtividade para aumentar o desempenho e a eficiência. A EuroBLECH 2024 ocupará cerca de 90.000 metros quadrados de espaço de exposição, num total de nove pavilhões. Sob o lema ‘The Power of Productivity’ ('O Poder da Produtividade'), a tónica da edição deste ano será colocada na tecnologia de aumento da produtividade, apresentando os mais recentes desenvolvimentos do mercado para aumentar a produção e a eficiência, bem como para adaptar os processos de produção individuais às complexas exigências do fabrico inteligente. Mais de 60% dos expositores registados são de fora da Alemanha, mais concretamente de Itália, Turquia, China, Espanha, Países Baixos, Suíça, Taiwan, Polónia, Bélgica, Áustria, Índia, França e EUA. Entre eles encontramos marcas bem conhecidas como a Adige, AIDA, Amada, Bystronic, Dimeco, Durma, Haco, LVD, Messer Cutting Systems, Pivatic, Prima Power, Salvagnini, Schuler, Thyssen, Trumpf, Yamazaki Mazak e muitas outras, complementadas por PME altamente especializadas e expositores estreantes que mostram a sua força inovadora no mercado. As exposições abrangem tudo o que está relacionado com a transformação de produtos semi-acabados e acabados, incluindo chapas, tubos, perfis e híbridos de plástico. Os visitantes terão muitas oportunidades para descobrir e obter as mais recentes novidades em estampagem, perfuração, prensagem, conformação, corte, união, soldadura, fixação, manipulação, acabamento, controlo de qualidade, CAD/CAM/CIM, ferramentas, componentes de máquinas, equipamento de armazém e de fábrica, reciclagem de materiais, I&D e muito mais. A EuroBLECH abrange toda a cadeia de abastecimento em 15 setores tecnológicos diferentes relacionados com o mundo do processamento de chapa metálica, ocupando nove pavilhões de exposição.

21 SOLUÇÕES DE FABRICO INTELIGENTE É de salientar a postura proativa adotada pelos fornecedores de tecnologia nos últimos anos para se prepararem para o futuro da indústria através da inovação, eficiência e adaptabilidade. “Se a mudança chega até nós rapidamente, temos de encontrar soluções ainda mais depressa”, afirma Evelyn Warwick, diretora de eventos da EuroBLECH. "A integração da IA e da aprendizagem automática está a revolucionar a indústria, permitindo níveis de precisão e eficiência sem precedentes. A automação e a robótica continuam a evoluir, permitindo processos de produção simplificados e redução do trabalho manual, enquanto a Internet das Coisas liga máquinas e sistemas para monitorização e otimização em tempo real. Estas inovações, apresentadas na EuroBLECH deste ano, sublinham o empenho da indústria em satisfazer as crescentes exigências de personalização, sustentabilidade e fabrico inteligente". NOVIDADE EM 2024: VISITAS GUIADAS Pela primeira vez, os visitantes poderão reservar previamente visitas guiadas pela feira, cuidadosamente selecionadas, centradas na tecnologia de aumento da produtividade. As visitas incluem apresentações de 10 minutos em cada paragem, seguidas de uma breve sessão de perguntas e respostas. Há duas opções à escolha: Em exposição estarão as mais diversas tecnologias relacionadas com a transformação de produtos semiacabados e acabados, incluindo chapas, tubos e perfis metálicos, e híbridos com plástico. Fornos e fogões de laboratório Painéis de Controle e Supervisão SAT e Manutenção Painéis de Gás e Metanol www.proycotecme.com proycotecme@proycotecme.com +34 93 846 79 84 Equipamento para Tratamento Térmico Eficiência Simplicidade e gestão Manutenção Simples Ergonômico Rentabilidade Conselho Experiência Confiar Partners de: Resistores Fornos Verticais, de Transferência e Contínuos Consumíveis de fundição

22 • A tour 1 ‘Internet Industrial das Coisas (IIoT)’ abrange temas fundamentais como os grandes volumes de dados, a análise remota, a manutenção preditiva, a monitorização da produção e a rastreabilidade das peças. Os participantes descobrirão vários produtos, ferramentas e software que os ajudarão a planear, otimizar e monitorizar a produção com vista a melhorar a sua produtividade, eficiência e sustentabilidade globais. • A tour 2 ‘Automação e robótica para uma produção eficiente’ mostra como os sistemas de automação e robótica integrados, incorporados ou autónomos podem racionalizar as operações de produção para uma maior sustentabilidade e produtividade, mesmo em pequenos lotes. Estes sistemas podem ir desde sistemas de manuseamento, triagem, transporte, armazenamento e empilhamento até robôs, cobots e robôs móveis autónomos (AMR). PREPARE A SUA VISITA COM ANTECEDÊNCIA O site oficial do evento oferece diversa informação sobre o perfil da exposição e a visita ao certame, incluindo sobre viagens e alojamento, bem como a lista de expositores completa com descrições das empresas e dos produtos e uma pré-visualização da planta do recinto, com funções de pesquisa e filtragem para ajudar os participantes a encontrar as empresas e os produtos mais relevantes para cada um. Ao clicar num ícone, os utilizadores podem criar uma lista de fornecedores favoritos que pode ser exportada e facilmente acedida em vários dispositivos. A EuroBLECH 2024 realizar-se-á de 22 a 25 de outubro de 2024 no Centro de Exposições de Hanôver, Alemanha, onde ocupará os pavilhões 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 26 e 27. O acesso dos visitantes será feito pelas entradas Oeste 1, Oeste 2, Norte 1, Este 3 e Sul 1. Os bilhetes custam 39 euros para um dia e 70 euros para toda a feira. As visitas guiadas têm um custo de 25 euros e o catálogo oficial 44 euros. A entrada no Careers Day, que irá decorrer no dia 25 de outubro, é gratuita para estudantes, mediante apresentação de um documento comprovativo válido. Para mais informações sobre como reservar visitas guiadas, consulte o site da EuroBLECH: https://www.euroblech.com/#/ FÓRUM DE ORADORES E PRÉMIOS EUROBLECH Paralelamente, os interessados poderão assistir ao Fórum de Oradores da EuroBLECH 2024, pensado para oferecer aos visitantes informações e conhecimentos práticos sobre os principais tópicos da atualidade industrial, como 'Automação, Robótica e Cobots' no Fórum I, e 'Digitalização, Metaverso Industrial (IA, VR, AR, IIoT) e Cibersegurança' no Fórum II. Finalmente, durante o certame serão conhecidos os cinco vencedores dos Prémios EuroBLECH, destinados a dar especial visibilidade aos produtos, soluções e conceitos de digitalização mais inovadores, em várias categorias. n Os visitantes terão a oportunidade de descobrir e adquirir as mais recentes novidades em matéria de estampagem, perfuração, prensagem, conformação, corte, união, soldadura, fixação, manipulação, acabamento, etc. "A indústria está empenhada em satisfazer as crescentes exigências de personalização, sustentabilidade e fabrico inteligente"

PROPORCIONE UMA VIDA ÚTIL MAIS LONGA ÀS SUAS MÁQUINAS RETROFIT OS SISTEMAS DE CORTE MESSER OFERECEM-LHE UMA VIDA ÚTIL MAIS LONGA E UMA MAIOR PRODUTIVIDADE A Messer oferece-lhe, através do seu serviço Retrofit, uma atualização e adaptação da sua máquina às suas necessidades de corte. Desta forma, a sua máquina terá uma vida útil mais longa. Isto irá oferecer-lhe a tecnologia mais avançada com base nas normas actuais. messer-cutting.com

OPINIÃO 24 O Metal Portugal como catalisador da economia portuguesa Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP Relativamente ao ano de 2024, após terem sido conhecidos os resultados dos primeiros oito meses, é possível concluir que, não obstante o difícil contexto que a economia mundial está a atravessar, os números aproximar-se-ão dos verificados no ano anterior. Este excelente desempenho consolida o setor metalúrgico e metalomecânico como o campeão das exportações em Portugal. Uma indústria que está presente nas principais marcas automóveis de todo o mundo, que integra os melhores aviões, comboios e navios e que acompanha os europeus em todo o seu dia-a-dia, com peças e componentes em todos os artefactos do quotidiano. Este setor tornou-se competitivo à escala global com base em estratégias bem definidas. Investiu em qualificação dos recursos humanos, em inovação e nos fatores de diferenciação. E apostou de forma muito assertiva na internacionalização. A crise foi uma oportunidade. Perante um mercado interno débil, o Metal Portugal teve a ousadia de procurar o mundo. Mas o mais importante foi conseguir definir os seus próprios pontos fortes: capacidade de produção de pequenas séries; facilidade em abordar nichos de mercado; versatilidade; e resposta rápida às encomendas. Foi este o segredo do sucesso. E foi assim que a metalurgia e metalomecânica portuguesa se tornou uma referência incontornável. No ano de 2023, o setor metalúrgico e metalomecânico foi responsável por cerca de uma terça parte das exportações da indústria transformadora nacional, com um volume total de mais de 24 mil milhões de euros. Este notável número - que foi o melhor de sempre no setor -, representou um crescimento homólogo de 4,1%.

OPINIÃO 25 Infelizmente, nunca há tempo para celebrar. A economia moderna é vertiginosa e as alterações que a abalaram nos últimos anos são absolutamente disruptivas. De repente, a revolução digital impulsionou alguns concorrentes que se pensaria estarem completamente desfocados da indústria metalúrgica e metalomecânica. Nesse âmbito, o Metal Portugal foi atacado precisamente naquilo que o distingue, nas suas vantagens competitivas. Aquilo que só aquele estava em condições de fazer passou a estar ao alcance de muitos concorrentes através do recurso às ferramentas digitais. Em simultâneo, emergiu um conjunto de macrotendências que têm vindo a ganhar maior expressão no contexto da indústria transformadora: • O encurtamento dos ciclos de vida e de desenvolvimento de produtos; • A redução das séries de fabrico; • As promessas de customização em massa; • As contínuas pressões para a redução do 'time-to-market'; • As crescentes preocupações ambientais, de maior eficiência na utilização de recursos e a premência na concretização da economia circular; • O enfoque na inovação; • A maior incorporação de valor nos produtos, através de novos materiais, de soluções de design e engenharia e novas tecnologias; • A integração de uma maior componente de serviço em produtos; • Os desenvolvimentos promissores ao nível de novas tecnologias para a produção; • E, fundamentalmente, um verdadeiro sentido de urgência na transformação digital da indústria. Este processo de transformação tem implicado, e implicará, mudanças importantes nos modelos operacionais e de negócio das empresas, alterações nos seus processos, métodos de gestão industrial e modos de trabalho, a incorporação de tecnologias avançadas, de novas ferramentas de suporte e de engenharia e o desenvolvimento e incorporação de inovadoras soluções ao nível das tecnologias de produção e das peças técnicas. As empresas do Metal Portugal consolidaram a consciência de que precisavam de uma agenda para a digitalização para responder a estes desafios. Tornou-se fundamental encontrar novas vantagens competitivas. E isso só será possível através de uma agenda digital. A AIMMAP participa na liderança deste processo de transformação digital da indústria, articulando esforços com grandes empresas que funcionam como locomotivas da inovação, com os centros tecnológicos, com os centros de formação, com as instituições de interface entre a indústria e a academia, com as universidades, com os clusters subsetoriais e também com algumas agências do Estado português. Dessa forma, pretende ajudar as empresas a prosseguirem as suas trajetórias de crescimento. Naturalmente, é inevitável que processos produtivos mais automatizados e com uma cada vez maior incorporação de tecnologia conduzam à eliminação de uma significativa fatia das funções, tarefas e procedimentos manuais que atualmente ainda existem nas fábricas do setor. Não podemos concluir, no entanto, que essa evolução conduzirá automaticamente à destruição pura e simples de postos de trabalho e que o trabalho humano será substituído totalmente por robots. É verdade que a curto prazo alguns postos de trabalho mais obsoletos serão eliminados. Porém, em simultâneo, serão criados postos de trabalho bem mais atrativos e estimulantes para as novas gerações. Tendencialmente, os procedimentos manuais acabarão por desaparecer das nossas fábricas. Mas por cada con-

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