BM19 - InterMetal

ENTREVISTA 16 a próxima década, com vista ao crescimento do setor e ao aumento dos índices de produtividade. Para tal, prevemos levar a cabo uma série de medidas, onde se incluem ações de formação, de retenção de talentos, de internacionalização, de promoção das vendas, de aumento da tecnologia dentro das empresas, entre outras. Todas estas iniciativas vão ser integradas, sempre que possível, nas agendas mobilizadoras do PRR e em programas do 2030. Quantos associados têm atualmente? Temos mais de mil associados, incluindo todas as grandes e médias empresas portuguesas do setor, a maior parte das pequenas e algumas microempresas. Que valências oferece a associação às suas empresas? Desde logo, enquanto associação de empregadores, negociamos os contratos coletivos de trabalho com os sindicatos. Além disso, temos um departamento jurídico com quadros permanentes, que presta apoio jurídico aos associados; temos um departamento de ambiente; promovemos ações de internacionalização; apoiamos as empresas nas candidaturas aos programas europeus; organizamos missões inversas, bem como presenças coletivas em feiras internacionais (por exemplo, no Midest onde, desde 2011, graças à AIMMAP, Portugal tem a maior presença estrageira). Na área da formação, temos a Academia da Internacionalização para ajudar as empresas nesse processo, desenvolvemos programas de formação-ação e estabelecemos protocolos com entidades externas. Além da compra de energia em grupo, que já mencionei, estabelecemos protocolos na área dos seguros, e noutras, para benefício das nossas empresas. Por outro lado, fazemos lobby, mantemos um contacto permanente com as entidades e associações europeias em que estamos envolvidos, nomeadamente com a Orgalim, que é a grande associação de metalurgia, metalomecânica e eletrónica europeia, e com a Cecimo, associação de fabricantes de máquinas-ferramenta. Estamos igualmente muito envolvidos na atividade da CIP e fazemos parte da administração das várias entidades de suporte do setor: Catim, Cenfim, Certif, INEGI. Desta forma, conseguimos que os nossos associados acedam aos serviços prestados por estas entidades em condições preferenciais. Em resumo, toda a nossa atividade tem como propósito acrescentar valor às nossas empresas. E isso reflete-se na nossa capacidade de mobilização das empresas e na confiança que elas depositam na associação. Há um grande sentimento de pertença dos nossos associados em relação à AIMMAP. Numa nota final, como vê o futuro do setor? O setor metalúrgico e metalomecânico tem condições para continuar a ser o principal pilar da indústria transformadora e da economia portuguesa, a par do turismo. De facto, os próximos meses perspetivam-se difíceis, devido à concorrência asiática que já referi. A atual conjuntura de inflação, taxas de juro elevadas e volatilidade dos mercados resultam, em grande medida, de decisões erradas tomadas durante a pandemia que estão a afetar a economia mundial, inclusive as empresas asiáticas. O problema é que essas têm apoios de estado e, portanto, concorrem de maneira desleal com as demais. De qualquer forma, esperamos que, em 2024, esta situação seja ultrapassada e que as empresas possam retomar o crescimento que tem vindo a ser consolidado ao longo da última década. Para tal, precisamos que o Governo e a Administração Pública não sejam hostis à atividade empresarial e que se estimule a criação de riqueza no país. n

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