www.intermetal.pt 2022/1 12 Preço:10 € | Periodicidade: Trimestral | Março 2022 - Nº 12 | www.intermetal.pt
MAIO T E C H C H A N G E . . TRANSPORTE OFICIAL I . . TRANSPORTE OFICIAL
Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, Esther Güell, Nerea Gorriti www.intermetal.pt Preço de cada exemplar 10 € (IVA incl.) Assinatura anual 40 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127299 Déposito Legal 455413/19 Distribuição total +4.100 envios. Distribuição digital a +3.400 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 12 – Março de 2022 Estatuto Editorial disponível em https://www.intermetal.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da InterMETAL adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. SUMÁRIO ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 Ferpinta investe €50 milhões na ‘fábrica do futuro’ 12 Entrevista a Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal 16 Formação em engenharia, uma urgência pós-pandemia 19 O que nos reserva o futuro do laser? 21 Uma abordagem à maquinação de ligas exóticas ou superligas 26 Tempos de maquinação breves graças à fresagem trocoidal TSC 30 Mitsubishi amplia gama de fresas para alumínio Alimaster 32 Torno multifusos e fresagem: dois conceitos incompatíveis? 34 Novos avanços em metrologia e tomografia 38 Tecnologia Zeiss otimiza os processos de produção 48 Testes de tensão: o que considerar ao procurar componentes normalizados que serão submetidos a tensões elevadas 50 Capacidade de carga em engrenagens poliméricas: da simulação à solução 54 O futuro dos motores elétricos industriais 58 Alternativa vantajosa ao torneamento ISO convencional 62 Smart Cell da TCI Cutting: automação total para maior produtividade e rentabilidade 63 Hasco apresenta nova biblioteca CAD para SolidWorks 64 FIX8: o novo sistema de torneamento pesado da Kennametal com oito arestas de corte por inserto 65
4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Hannover Messe 2022 reagendada para o início de junho A Deutsche Messe AG anunciou o adiamento da Hannover Messe 2022 para os dias 30 de maio a 2 de junho, motivado pela prevalência mundial da pandemia de Covid19. De acordo com a organização, a nova data oferece maior segurança de planeamento aos expositores e visitantes da principal feira mundial de tecnologia industrial. Em junho, a Hannover Messe será o primeiro grande evento industrial do mundo. Espera-se que o seu enfoque na digitalização e sustentabilidade estimule abordagens inovadoras e eficientes à produção e à proteção climática. Recorde-se que Portugal é o ‘País Parceiro’ da edição de 2022, com mais de 100 empresas inscritas de setores como a metalomecânica, fabrico de equipamentos, mobilidade, automóvel, aeronáutica, têxteis, plásticos técnicos, moldes, tecnologias de produção e energias renováveis. O contingente português estará exposto num pavilhão central e em três pavilhões temáticos dedicados aos setores de Peças Técnicas & Soluções de Engenharia, Soluções Energéticas e Ecossistemas Digitais. A participação portuguesa na Hannover Messe 2022 é organizada pela Agência Portuguesa de Comércio e Investimento (AICEP) em parceria com a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã. S3D muda-se para a zona industrial da Marinha Grande A S3D, especialista em soluções de software e metrologia para a indústria, anunciou no início de janeiro a mudança das suas instalações para o Edifício Mercúrio, localizado na zona industrial da Marinha Grande. A empresa passa, assim, a contar com um espaço moderno, de 800 m2, com maior capacidade de organização dos diversos departamentos, melhores condições de trabalho, novas áreas para demonstração das soluções que representa e melhores condições de acolhimento aos seus clientes. De acordo com João Ferreira, diretor executivo da S3D, esta mudança antecipa a possibilidade de aumentar a equipa, atualmente composta por 16 pessoas, e visa “incrementar a capacidade de intervenção no mercado, chegando assim a um maior número de empresas e dando respostas às necessidades da Indústria, área que está em constante desenvolvimento e na vanguarda da tecnologia”. A completar 29 anos de atividade, a S3D é hoje um fornecedor completo de software CAD, CAM, CAE, bem como de equipamentos de metrologia ótica 3D, formação e serviços de engenharia. Formnext commais de 300 expositores registados No início do ano, a Formnext 2022, já tinha registado mais de 300 expositores. Entre eles, a elite mundial do fabrico aditivo, bem como multinacionais que oferecem soluções ao longo de toda a cadeia do processo. De acordo com a organização, a feira prevista para os dias 15 a 18 de novembro deste ano está quase completa. 52% das empresas inscritas provêm de 30 países de todo o mundo. Entre elas encontramos marcas como a 3D Systems, Additive Industries, AddUp, Arburg, BigRep, Desktop Metal, Dyemansion, EOS, Evonik, Farsoon, Formlabs, GE Additive, HP, Keyence, Markforged, Materialise, Nikon, Renishaw, Ricoh, Sandvik, Siemens, Sisma, Stratasys, Trumpf, Voxeljet, XJet e Zeiss. Vários grupos conhecidos que oferecem soluções inovadoras ao longo da cadeia do processo, como a BASF 3D Printing Solutions, Covestro, GKN Sinter Metal Components, Höganäs, Oerlikon e SMS Group, também já se registaram. Os interessados em expor no certame ainda podem beneficiar do desconto por antecipação (cerca de 17%) até 31 de março de 2022. Formnext 2021. Copyright: Mesago / Mathias Kutt.
5 EDITORIAL De acordo com a AIMMAP, as exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica atingiram em 2021 o valor recorde de 19.886 milhões de euros, um aumento de 16,2% face ao ano anterior. Isto, apesar de todos os entraves decorrentes da pandemia, desde a escassez de recursos humanos e de matéria-prima às dificuldades de logística e ao aumento dos custos com energia. O início de 2022 fica, como todos sabemos, marcado pela guerra na Ucrânia e por mais consequências nefastas para o setor, com os custos da energia e dos combustíveis a ultrapassarem máximos históricos. Estes aumentos têm um inevitável impacto em qualquer empresa, mas sobrecarregamparticularmente a indústria transformadora. Por outro lado, as sanções impostas à Rússia também vão implicar um novo revés no abastecimento de matéria-prima, já que os metais base ocupam o quarto lugar nas importações portuguesas daquele país. A tudo isto, as associações do setor respondem com um apelo a novas linhas de crédito que permitam minimizar os impactos que já se estão a sentir. Uma possibilidade seria reforçar a percentagem do Plano de Recuperação e Resiliência que cabe às empresas ou a criação de um novo programa de apoio. Até lá, e às portas do Portugal 2030, concluem-se ainda projetos do quadro anterior. Nesta edição da InterMETAL divulgamos o exemplo da Ferpinta que, com o apoio do Compete 2020, colocou em marcha a construção de uma fábrica totalmente automatizada, de acordo com os critérios da indústria 4.0. Se a tecnologia de ponta é essencial para aumentar a produtividade, principalmente nas empresas exportadoras que concorrem com multinacionais bem equipadas, não podemos esquecer-nos que a indústria metalomecânica não vive sem o mais básico: as ferramentas. Neste número, damos especial atenção às novidades nesta área. Outro aspeto crucial no chão-de-fábrica, que assiste a uma evolução constante, é o controlo de qualidade. O artigo da página 38 faz uma retrospetiva histórica e uma análise do estado da arte da metrologia industrial e da tomografia computorizada. Uma nota final para o aumento do número de eventos nacionais e internacionais marcados para este ano. Já no final de 2021, a Emaf mostrou que a indústria valoriza muito as feiras presenciais. A afluência de público ao evento, podemos dizer, esteve ao nível de qualquer outra edição pré-pandemia. Em 2022, dentro de portas, contamos com a 360 Tech Industry, em maio, e a Moldplas, em novembro (em simultâneo com a 3D Additive Expo, i4.0 Expo e Subcontratação). A nível internacional, desde a BIEMH, à Euroblech, MTA, Metav, Tube, Wire, GrindTec, Hannover Messe, K 2022, entre muitas outras, o problema vai ser escolher onde ir. Encontramo-nos numa delas. Até lá, boa leitura e bons negócios! Um setor com nervos de aço MAQcenter e Modig assinam acordo de representação A MAQcenter é o novo representante do fabricante sueco de centros de maquinação Modig para Portugal e Espanha. As soluções da empresa destacam-se pela flexibilidade e tecnologia inovadora e visammelhorar a produtividade dos clientes. Fundada em 1947, em Virserum, e com sede em Kalmar, Suécia, a Modig Machine Tool é reconhecida como uma das empresas líderes em tecnologia de maquinação de alta velocidade. Na vanguarda da tecnologia há mais de 70 anos, dedica-se ao desenvolvimento, conceção e produção de máquinas de qualidade para maquinação de alto desempenho em indústrias de topo, como a aeroespacial, automóvel, de energia e equipamento de construção. Albert Sellas, diretor-geral da MAQcenter, defende que este é um projeto de colaboração sólido e salienta que a marca "cria relações duradouras ao fornecer soluções de maquinação que melhorammuito a eficiência e rentabilidade. Um centro Modig é capaz de reduzir os tempos de ciclo em até 70%". A empresa sueca olha para o futuro com o objetivo de se adaptar a novos mercados: "Um dos seus pontos fortes são as soluções que oferece para o fabrico de peças e componentes para veículos elétricos e agora é o momento de criar sinergias com aqueles que estão empenhados na mudança", acrescentou. No seu portefólio, a Modig conta também com centros de maquinação para extrusão de alumínio, máquinas de alto valor acrescentado que, de acordo com a marca, oferecem um retorno do investimento de 11 a 13 meses.
6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER 705 milhões de euros para descarbonizar a indústria Aviso foi publicado em janeiro e estará aberto até 29 de abril. Foi publicado o Aviso n.º 02/C11-i01/2022 | Apoio à Descarbonização da Indústria. O documento enquadra-se “num conjunto de medidas que visam contribuir para o objetivo da neutralidade carbónica, promovendo a transição energética por via da eficiência energética, do apoio às energias renováveis, com enfoque na adoção de processos e tecnologias de baixo carbono na indústria, na adoção de medidas de eficiência energética na indústria e na incorporação de energia de fonte renovável e armazenamento de energia”. Qualquer empresa do setor da indústria, independentemente da sua dimensão, assim como as entidades gestoras de parques industriais, se pode candidatar. Como explica o IAPMEI, “podem candidatar-se entidades individualmente ou em consórcios (conjunto de entidades, como referido acima, associações empresariais e centros tecnológicos com as condições acima mencionadas)”. Mas, para que a candidatura seja aceite, o projeto em causa tem de se inserir em pelo menos um dos seguintes domínios de intervenção: • “024ter - Eficiência energética e projetos de demonstração nas PME ou grandes empresas e medidas de apoio que cumprem os critérios de eficiência energética”; • “022 - Processos de investigação e de inovação, transferência de tecnologias e cooperação entre empresas, incidindo na economia hipocarbónica, na resiliência e na adaptação às alterações climáticas”; • “029 - Energia renovável: solar”; • “032 - Outras energias renováveis (incluindo a energia geotérmica)”; • “033 - Sistemas energéticos inteligentes (incluindo as redes inteligentes e sistemas de TIC) e respetivo armazenamento”. Ao nível da tipologia de projetos existem três opções: processos e tecnologias de baixo carbono na indústria; adoção de medidas de eficiência energética na indústria; e incorporação de energia de fonte renovável e armazenamento de energia. O aviso estará aberto até 29 de abril. 360 Tech Industry: Exponor promove espaço para premiar startups inovadoras A Exponor prepara-se para receber uma nova edição da 360 Tech Industry, de 26 a 27 de maio. O certame aposta fortemente na inovação tecnológica, com iniciativas como o concurso The Best Ideas of the Industry, dedicado às stratups inovadoras, cujos vencedores poderão expor gratuitamente na área Hubtech. As candidaturas decorrem até 18 de março. Na 2ª edição da 360 Tech Industry – Feira Internacional da Indústria 4.0, Robótica, Automação e Compósitos o destaque volta a estar no espaço HubTech da feira, exclusivamente dedicado a startups da área tecnológica. É aqui que se integra o Concurso Hubtech by 360 Tech Industry, que visa premiar dez projetos inovadores, com a oferta de um espaço para exposição no certame. Sob o mote ‘Tech 2 Change’, o evento promovido pela Exponor Exhibitions antecipa a transição da indústria 4.0 para a 5.0, mostrando soluções que, aliadas à tecnologia e inovação, permitirão otimizar processos e rentabilizar recursos nas mais diversas áreas industriais. Neste novo paradigma, as startups tecnológicas desempenham o papel de instigadores e aceleradores da mudança e terão, por isso, um palco especial na 360 Tech Industry. Os vencedores do concurso The Best Ideas of the Industry poderão estar presentes, de forma gratuita, no espaço HubTech da feira.
7 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER GrindingHub: a nova feira internacional de tecnologias de retificação A cidade alemã de Estugarda vai passar a ser palco de uma nova feira bienal dedicada às tecnologias de retificação de superfícies. A primeira edição da GrindingHub, organizada pela Associação Alemã de Construtores de MáquinasFerramenta (VDW), terá lugar de 17 a 20 de maio de 2022 e conta já com 340 expositores inscritos. De acordo com Wilfried Schäfer, diretor executivo da VDW, o foco da feira estará não só nas máquinas de retificação de superfícies e nos abrasivos, mas também em todo o ambiente de produção à volta desta tecnologia, incluindo ferramentas de software relevantes, periféricos de processo e sistemas de medição e teste necessários para todos os processos de gestão da qualidade relacionados. Dada a elevada adesão de expositores, Schäfer antecipa um evento de sucesso. “O mercado espera pela GrindingHub com grande antecipação, depois de um período de dois anos sem feiras presenciais. Os eventos digitais simplemente não são a mesma coisa. As pessoas precisam de se encontrar cara-a- -cara”, afirmou. Por seu lado, Jürgen Hauger, diretor executivo do Grupo Vollmer, acredita que o certame terá um futuro brilhante. "Os organizadores conseguirammontar uma feira comercial atrativa num local ideal, orientado para as necessidades dos nossos clientes internacionais. Estamos convencidos de que a GrindingHub se tornará na nova feira comercial líder em tecnologia de retificação de superfícies. A Vollmer irá apresentar nada menos que cinco estreias mundiais nesta primeira edição”, revelou o responsável. Teclena e Juncor juntas no mesmo grupo empresarial Objetivo é expandir as capacidades e portfólio de produtos. No âmbito do projeto de consolidação e crescimento de ambas as empresas, a Teclena, fornecedor de referência em soluções integradas no mercado da automação industrial, e a Juncor, distribuidor de soluções na área da transmissão de potência mecânica, integram agora o mesmo grupo empresarial. Esta transação permitirá às duas empresas expandir as suas capacidades e portfolio de produtos, e apresentarem-se aomercado em conjunto, com valências ímpares em Portugal. “A dinâmica e a experiência das duas empresas combinadas resultará num robustecimento da capacidade técnica, uma proximidade ainda maior e um nível de complementaridade de produtos que elevará o grupo para outro patamar de nível de serviço prestado a todos os clientes”, lê-se no comunicado divulgado sobre a integração. A GrindingHub pretende ser o ponto de encontro do mercado das tecnologias de retificação de superfícies. Foto: Fritz Studer AG. SITEMA GmbH & Co. KG 76187 Karlsruhe, Deutschland Tel. + 49 721 98661-0 info@sitema.de www.sitema.com Visite o nosso website! Para homem e máquina A tecnologia de fixação auto-reforçada da SITEMA para cabeçotes de aperto e freios anti-queda tem agora um nome: Elevada Segurança certificada Líder mundial em freios e lineares anti-queda
8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Fanuc amplia gama de robôs colaborativos CRX A Fanuc adicionou três novos modelos de robôs colaborativos industriais ao seu portefólio: CRX-5iA, CRX-20iA/L e CRX-25iA. Os novos cobots foram apresentados ao público na feira IREX (International Robot Exhibition), que se realizou de 9 a 12 de março, em Tóquio. “Verificámos que existe muita procura de robôs colaborativos no mercado europeu e queremos oferecer soluções adequadas para um vasto leque de aplicações. Os nossos cobots são desenhados e projetados para apoiar todos os tipos de fabricantes – pequenos ou grandes – permitindo a expansão das suas capacidades de produção com a maior fiabilidade", afirmou Shinichi Tanzawa, presidente & CEO da Fanuc Europe Corporation. Os mais recentes robôs colaborativos CRX complementam a linha de cobots CR e CRX da Fanuc que agora totaliza 11 modelos com capacidades de carga entre os 4 e os 35 kg. De acordo com a empresa, esta é a gama mais ampla de robôs colaborativos disponível no mercado atualmente. O lançamento dos novos modelos CRX-5iA, CRX-20iA/L e CRX-25iA, que apresentam uma capacidade de carga útil de 5 kg, 20 kg e 25 kg, bem como um alcance máximo de 994 mm, 1418 mm e 1889 mm respetivamente, vem no seguimento do lançamento dos robôs colaborativos industriais CRX-10iA e CRX-10iA/L (ambos apresentam uma capacidade de carga de 10 kg e um alcance de 1249 mm e 1418 mm, respetivamente). Os cinco modelos CRX combinados com a série CR (cobots verdes) da Fanuc permitem o aumento da capacidade da Fanuc e é assim possível auxiliar mais empresas que procuram automatizar as suas linhas com cobots. Aplicação ‘Tool Finder’ coloca todas as soluções Yamawa na ponta dos seus dedos Juntamente com o Catálogo Europeu YEU21, a Yamawa Europe lançou, no ano passado, a 'Tool Finder', uma aplicação gratuita em 6 línguas para dispositivos móveis iOS e Android, que lhe permite selecionar a ferramenta Yamawa mais adequada para cada projeto. Desde machos a fresas de roscar ou ferramentas de centragem, todos os produtos da Yamawa passam a estar disponíveis de uma forma simples e conveniente através da 'Tool Finder'. Com esta App, os utilizadores têm acesso a toda a gama Yamawa para o mercado europeu. A informação sobre a disponibilidade de stock é atualizada regularmente, sem necessidade de descarregar dados para o dispositivo. Além disso, a 'Tool Finder' incorpora a calculadora de parâmetros de corte, de diâmetro de furo e uma prática função que permite encontrar o material correspondente de acordo com a norma ISO 513. A App está disponível para download em: https://www.yamawa.eu/the-new-app-tool-finder/ Os robôs colaborativos CRX complementam a linha de cobots CR e CRX da Fanuc.
WWW.MAQUINARIAINTERNACIONAL .COM C/ CANTIR, 12 - NAVE 7 POLÍGONO INDUSTRIAL MAGAROLA 08292 ESPARRAGUERA BARCELONA (ESPANHA) TELEFONE: +34 934 397 038 MÁQUINAS DE CORTE A LASER PARA CHAPAS E TUBOS. CENTROS DE MAQUINAÇÃO COM MOTORES LINEARES. MÁQUINAS DE CORTE A LÂMINA. FRESADORAS DE ROTEADOR DE 3 EIXOS. MÁQUINAS DE CORTE A JATO DE ÁGUA. CENTROS DE MAQUINAÇÃO PARA O SETOR ODONTOLÓGICO. ASPIRADORES INDUSTRIAIS. MÁQUINAS DE TRANSFERÊNCIA PARA MAQUINAÇÃO DE ALTO VOLUME E TORNEAMENTO DE PEÇAS. FRESADORAS TIPO PÓRTICO DE 3 E 5 EIXOS. MÁQUINAS DE MANUFATURA ADITIVA. CENTROS DE MAQUINAÇÃO CNC DE 5 EIXOS. TERMOFORMADORAS. SECCIONADORAS. SEPARADORAS. RETIFICADORAS DE ALTA PRECISÃO E ALTA PRODUÇÃO. CABINES DE RAIOS X, TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E MÁQUINAS PORTÁTEIS DE RAIOS X. INSTALAÇÕES DE SUPERFILTRAGEM DE ÓLEO DE CORTE PARA TORNOS, RETÍFICAS, BRUNIDORAS, ETC. MÁQUINAS DE LAVAR INDUSTRIAIS COM SOLVENTES E COM ÁGUA-DETERGENTE. MÁQUINAS PARA REBARBAR PEÇAS COM ÁGUA DE ALTA PRESSÃO. PRENSAS. CENTROS DE MAQUINAÇÃO, CENTROS DE ROSQUEAMENTO E TORNOS CNC. MÁQUINAS DE BRIQUETAGEM DE APARAS. LAVADORES DE PEÇAS PARA APLICAÇÕES INDUSTRIAIS. ASPIRADORES PARA TORNEAMENTO, MAQUINAÇÃO E RETIFICAÇÃO DE APARAS. SISTEMAS DE PURIFICAÇÃO DE TALADRINAS - EMULSÕES DE ÓLEO.
10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Simpósio Luso-Alemão debate Indústria 4.0 A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA) vai realizar, no dia 5 de abril, entre as 9h00 e as 12h45, via Zoom, o Simpósio Luso-Alemão 'Indústria 4.0 - tecnologias inovadoras de automação em Portugal'. Os participantes poderão obter, em primeira mão, informações sobre os desenvolvimentos, novidades e projetos no contexto da Indústria 4.0 na Alemanha e em Portugal. As inscrições decorrem até 4 de abril de 2022. A indústria transformadora atravessa uma fase decisiva de reestruturação das suas atividades e está a lutar não só pela modernização, mas também pela internacionalização. Além disso, no contexto da pandemia de Covid-19, a digitalização provou ser um fator-chave de sucesso, permitindo às empresas do setor industrial trabalharem de forma mais eficiente e flexível. Neste contexto, a IA tornou-se uma das ferramentas mais importantes para a indústria. Outras tecnologias, tais como a Internet das Coisas (IoT), impressão 3D ou a cibersegurança devem ser integradas para aumentar a produtividade, qualidade e segurança das empresas industriais. No âmbito dos planos estratégicos do Governo português existem planos de investimentos que visam acelerar a introdução de tecnologias e conceitos da Indústria 4.0, de forma a promover as empresas tecnológicas portuguesas a nível internacional. A Alemanha reúne um vasto conhecimento neste setor e apresenta diversas propostas no contexto da Indústria 4.0, que poderão contribuir para a resolução dos respetivos desafios e proporcionar parcerias bilaterais. Além da reflexão sobre este tema e das oportunidades que se abrem, sete empresas alemãs fornecedoras de soluções e prestadoras de serviços irão apresentar as suas propostas e conceitos inovadores bem como possíveis domínios de cooperação com empresas portuguesas. Reuniões B2B com empresas alemãs De 6 a 8 de abril, as empresas alemãs estão disponíveis para reuniões bilaterais com potenciais parceiros através da plataforma digital Microsoft Teams. Caso tenha interesse em agendar reuniões com alguma(s) da(s) empresa(s) presente(s), é essencial facultar essa indicação através da plataforma de inscrição online. Após receção, entrarão em contacto para agendar as reuniões bilaterais. A participação no Simpósio Luso-Alemão é gratuita, mas carece de inscrição prévia e confirmação por parte da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), que organiza o evento. As inscrições para uma participação digital deverão ser feitas até ao dia 4 de abril de 2022.
www.mmc-hardmetal.com MC6125 FIRST for STEEL TURNING TORNEAMENTO Combine pastilhas de torneamento de última geração nas peças de aço em desbaste, acabamento e superacabamento com os mais altos níveis de vida útil e eficiência da ferramenta. BC8220 PCBN FOR HARDENED STEELS TECNOLOGIA DE ÚLTIMA GERAÇÃO mmc-hardmetal.com/BC8220 mmc-hardmetal.com/MC6125 A Distributor of Tel. (+351) 229 737 965 // 229 737 966 Email: geral@maquimenta.pt
12 EMPRESAS Ferpinta investe €50 milhões na ‘fábrica do futuro’ A comemorar este ano meio século de atividade, a Ferpinta dá um passo importante na sua história e inicia a construção de uma nova fábrica na Zona Industrial de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. O investimento, na ordem dos 50 milhões de euros, prevê a instalação de uma unidade produtiva altamente disruptiva e tecnológica, equipada com sistemas avançados de produção e assente numa metodologia de trabalho automatizada e robotizada. Luísa Santos Atualmente, a Ferpinta produz tubos, perfis e chapas em aço para mercados como o da maquinaria agrícola, mobiliário metálico, indústria automóvel e aplicações de engenharia. C M Y CM MY CY CMY K
13 EMPRESAS Muitos de nós ainda nos lembramos das robustas secretárias que equipavam as escolas primárias até à década de 80. Com estrutura em tubo de aço e tampo de madeira maciça, estas icónicas peças de mobiliário eram literalmente ‘à prova’ de qualquer criança. Este foi, também, um dos primeiros mercados da Ferpinta. Constituída em 1972 pelo atual presidente do conselho de administração, o comendador Fernando Pinho Teixeira, a empresa começou a sua atividade como fabrico de tubos de aço para mobiliário escolar, mas também para instalações de agropecuária e estruturas utilizadas em construção civil. Desde então, a empresa deu lugar ao grupo empresarial, diversificou a produção, internacionalizou-se e, hoje, está presente em 29 pontos do globo, com as exportações a ocuparem já a maior partedovolumedevendas (71%em2021). APOSTA NA INDÚSTRIA 4.0 E NA NEUTRALIDADE CARBÓNICA No arranque de 2022, a Ferpinta anunciou o início de uma nova etapa na sua história: a construção de uma fábrica totalmente automatizada e robotizada, com conclusão prevista para junho de 2023. Localizada na Zona Industrial de Loureiro, em Oliveira de Para além da Península Ibérica, da nova fábrica sairão produtos para os mercados da Suécia, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Alemanha e França. Atmosphere Technology ai15997301699_Anuncio_Proycotecme.pdf 1 10/9/20 11:29 The Global Market Leader in Heat Treatment Solutions • Atualização e aprimoramento do controle e supervisão • Assistência técnica SAT 24x7 • Manutenção preventiva e corretiva • Ferramentas soldadas mecanicamente: muflas, cadinhos, cestos,… • Ferramentas de fundição Especialistas em fornos de tratamento térmico • Fornos de têmpera, cementação e revenimento • Fornos de soldagem, normalização e recozimento • Fornos e fogões de baixa temperatura • Fornos a vácuo e atmosféricos • Fornos de laboratório www.proycotecme.com l telf.: +34 938 467 984 l email: proycotecme@proycotecme.com
14 EMPRESAS Azeméis, a nova unidade terá uma área total 50.000 m2, com 16.000 m2 de área total útil coberta. Fernando Pinho Teixeira explica à InterMETAL que este projeto tem como principal objetivo “capacitar a empresa das condições necessárias para o desenvolvimento de produtos diferenciados e inovadores”, e acrescenta: “A Ferpinta, enquanto líder do mercado ibérico na indústria da metalomecânica, apresenta um portefólio diversificado de produtos com a incorporação do aço como matéria-prima principal. Por detrás do nosso trabalho diário está uma política interna de busca contínua por processos mais avançados e inovadores, que transformem a produção e, consequentemente, elevem a qualidade do produto. Contudo, as alterações do mercado face a emergentes tendências evidenciam alguns constrangimentos na aplicação dos produtos atualmente fabricados, pelo que urge uma alteração do atual paradigma”. De facto, os mercados globais do tubo e da chapa de aço - como é o caso da maquinaria agrícola, do mobiliário metálico ou da indústria automóvel Atuais instalações da Ferpinta, em Vale de Cambra. A nova unidade estará localizada em Oliveira de Azeméis e terá uma área total 50.000 m2, com 16.000 m2 de área total útil coberta. e aplicações de engenharia -, procuram cada vez mais produtos únicos, que diferenciem a empresa da concorrência. Isto implica, da parte dos fornecedores, uma capacidade de flexibilização da produção que só é possível com processos automatizados, robotizados e digitalizados. Nesta nova unidade, a Ferpinta pretende incorporar novas linhas de produção “altamente sofisticadas”, com mecanismos de automação e digitalização que possibilitem o estabelecimento de conexões entre os distintos pontos de produção. “As diferentes aplicações permitirão responder às solicitações dos clientes, garantindo ganhos de produtividade e registos ímpares no consumo de energia, pela introdução não só das referidas tecnologias avançadas, mas também pela instalação de um parque fotovoltaico no novo estabelecimento, que potenciará uma transição para o consumo de energias limpas”, refere Fernando Pinho Teixeira. Na área produtiva, a instalação de equipamentos com maior complexidade técnica e a transição para a produção automatizada, centrada na política setorial da indústria 4.0, implicam, naturalmente, uma aposta igualmente forte em conhecimento. “Para garantirmos o sucesso da introdução de ecossistemas de produção avançados, temos de capitalizar os nossos recursos humanos, através de formação especializada. Além disso, estão previstas contratações de trabalho altamente qualificado”, assegura o responsável acrescentando que, para já, serão criados 14 novos postos de trabalho, a acrescer aos atuais 380. A empresa vai receber um crédito fiscal de 4,99 milhões de euros e um apoio a fundo perdido do Compete 2020 de 5,99 milhões de euros, num investimento a realizar em três anos. Com esta iniciativa, a Ferpinta pretende continuar a afirmar-se como uma empresa inovadora no desenvolvimento e na produção de tubos e chapas em aço de elevada qualidade, enquanto referência no setor mundial e líder no mercado ibérico. Para além da Península Ibérica, sairão da nova fábrica produtos para os mercados da Suécia, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Alemanha e França. n
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ENTREVISTA 16 MIGUEL OLIVEIRA, DIRETOR COMERCIAL DA UNIVERSAL ROBOTS PORTUGAL “Nascemos para democratizar a robótica” Luísa Santos A robótica foi uma das áreas de maior representação durante a Emaf 2021. E, de acordo com Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal, foi também uma das que gerou maior interesse junto dos visitantes, com os profissionais da indústria metalomecânica a manifestarem particular curiosidade pelas soluções de soldadura robotizada. Nesta entrevista à interMETAL, o responsável pela UR em Portugal faz um balanço positivo da participação no certame e explica-nos o que podemos esperar, no futuro próximo, da empresa que, como diz, nasceu para democratizar a robótica. Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal, durante a Emaf 2021.
ENTREVISTA 17 Após dois anos de espera, a indústria voltou a encontrar-se na Emaf. Como avalia a vossa participação na feira? A feira correu muito bem. Tivemos um número muito considerável de contactos interessantes. De facto, já há algum tempo que não participávamos na Emaf e posso dizer que esta edição superou as nossas expectativas, principalmente tendo em conta que o evento decorreu ainda em plena pandemia. Creio que o facto de estarmos bem localizados, no pavilhão 5 da Exponor, onde estavam os principais fornecedores de tecnologia transversal para a indústria, contribuiu para uma visibilidade acrescida. Além disso, não estávamos sozinhos: no nosso stand estavam também os nossos parceiros – integradores certificados -, o que nos ajudou a mostrar aos visitantes algumas das inúmeras aplicações dos robôs UR. Desta forma, conseguimos dar uma visão mais real das vantagens dos nossos produtos. Que novidades apresentaram? Como disse, optámos por apresentar na feira soluções e não apenas produtos. Assim, uma das aplicações em exposição que mais interesse despertou junto dos nossos visitantes do setor da metalomecânica foi o Xbot, uma solução de soldadura robotizada desenvolvida pelo nosso parceiro Electrex. Muitas empresas do setor que usamprocessos de soldadura têm falta de recursos nesta área, principalmente humanos. A soldadura robotizada é uma solução acessível e segura, que automatiza todo o processo, mitigando, por exemplo, lesões causadas por movimentos repetitivos, exposição a gases e vapores tóxicos, queimaduras na pele e olhos causadas pela exposição à luz UV e acidentes causados por choques elétricos. Além disso, é uma solução que oferece elevada rapidez e repetibilidade de operações, o que se traduz em rentabilidade da empresa. Contámos também com a presença de um integrador/parceiro que trabalha bastante na área dos plásticos, a Agix, que apresentou uma aplicação de colocação de insertos em peças plásticas, com alimentação automática e inspeção de qualidade integrada. Na área alimentar, o nosso parceiro US Robot apresentou uma solução de paletização muito simples e compacta, que, na verdade, pode ser utilizada nos fins de linha de qualquer indústria. Durante a feira, a solução foi exibida a manipular caixas de café. Com a WRK, um parceiro que trabalha muito na área automóvel, exibimos uma aplicação de posicionamento automático de garrafas e aperto das respetivas tampas, desenvolvida para integração numa linha de embalagem. Finalmente, tivemos um robô UR3e disponível para os nossos visitantes poderem ter um contacto real com o equipamento e testarem a programação, que é bastante simples e fácil. A Universal Robots tem soluções para uma grande variedade de setores… Como o próprio nome indica, a Universal Robots nasceu para entregar soluções transversais a todos os setores e para democratizar a robótica. Desde a sua fundação, esta empresa sempre teve como objetivo fazer chegar os robôs a todo o tipo de indústria e a todo o tipo de utilizadores. Além da indústria, começamos a estar presentes também em áreas diferenciadas, como a da saúde, por exemplo em aplicações de fisioterapia. Mas também na área da cultura, por exemplo em espetáculos multimédia. No caso da indústria, há algum setor que se destaque na vossa carteira de clientes? Eu diria que a indústria metalomecânica, bastante importante em Portugal, é aquela em que temos uma presença mais significativa. Xbot, uma solução de soldadura robotizada desenvolvida pelo parceiro da UR Electrex.
ENTREVISTA 18 Neste setor, quais são as principais aplicações para os vossos cobots? Na metalomecânica o leque de aplicações da robótica colaborativa é umdos mais abrangentes. Podemos utilizá-la em aplicações de processo, desde a soldadura à lixagem ou polimento, no atendimento de máquinas como quinadeiras, curvadoras, prensas, máquinas CNC… No fundo, podemos ter o robô a interagir com a máquina em vez de ter um operador a efetuar uma tarefa repetitiva de carga e descarga, com todas as desvantagens que daí advêm. Apandemiaveioacelerar aadoçãodeste tipodesolução? Sim, sem dúvida. Muitas empresas já estavam conscientes da necessidade de automatizar estes processos, quer por falta de mão-de-obra quer para aumentarem a competitividade, principalmente face à concorrência internacional. No entanto, a pandemia tornou esta questão ainda mais evidente. Quando foi necessário mandar as pessoas para casa, as empresas que já estavam automatizadas conseguiram adaptar-se muito mais rapidamente que as que não estavam. Hoje, existe uma maior consciência de que as tarefas repetitivas podem ser feitas por um robô, que não está sujeito a vírus ou a outras doenças, podendo trabalhar 24 horas por dia e deixando as pessoas livres para outras tarefas de maior valor acrescentado. Foi a intenção de democratizar a robótica que motivou o lançamento da vossa solução de leasing? Exatamente. Pela elevada proximidade que mantemos com as empresas através, por exemplo, da realização de seminários em vários pontos do país, com o objetivo de esclarecer as dúvidas que ainda surgem em relação a esta tecnologia, sabemos quais são as suas necessidades. Sabemos que muitas empresas têm vontade de investir em tecnologia e automação, mas muitas vezes não o fazem porque não têm capital disponível. Este serviço de leasing surge exatamente para facilitar esse processo, de forma a que o maior número de empresas possível possa beneficiar das vantagens que a robótica colaborativa oferece. Trata-se de uma parceria desenvolvida a nível mundial com a DLL, uma empresa especialista em soluções de financiamento, que visa quebrar a última barreira que impede as empresas que precisam da solução de robótica, conhecem-na, acreditam nela, mas tem dificuldade de tesouraria. Portanto, sim, esta é mais uma ferramenta para tornarmos esta tecnologia acessível a todos. Quais são as vossas perspetivas para este ano, em termos de volume de vendas em Portugal? Prevemos que, apesar de todas as condicionantes, 2022 seja um ano positivo, tendo em conta os contactos e as oportunidades que têm surgido, alguns deles decorrentes da Emaf. Pelos indicadores que temos, a nossa expectativa é que, este ano, voltemos ao crescimento que temos vindo a registar desde a fundação da empresa a nível mundial. 2021 foi um ano também ele atípico, mas em que conseguimos recuperar do impacto da pandemia e terminar o ano com um crescimento significativo face a 2020. No que respeita a novidade técnicas, estão previstos lançamentos para breve? Sim. Como disse, estamos muito atentos às necessidades do mercado e, nesse sentido, em breve vamos ter novidades na nossa gama de produto. Mas, neste momento, a UR posiciona-se como mais do que um fornecedor de robôs, não é assim? Sim, nós sabemos que os robôs, por si só, não resolvem os problemas. Por isso, desenvolvemos umecossistema que inclui parceiros especialistas em várias áreas, como ferramentas de processo, grippers, sistemas de visão, software ou acessórios, em que essas terceiras partes introduzem produtos certificados pela UR que complementam os nossos robôs. Desta forma, entregamos ao cliente uma aplicação robótica completa, simples, que se adequa às suas necessidades. Além disso, a UR mantém uma forte aposta na formação, aspeto muito importante apesar de estarmos a falar de equipamentos bastante simples. Neste sentido, disponibilizamos uma academia online em que qualquer pessoa se pode inscrever para aprender a programar os nossos robôs. n No stand da UR, os visitantes puderam ver uma aplicação desenvolvida pelo parceiro Agix, de colocação de insertos em peças plásticas, com alimentação automática e inspeção de qualidade integrada.
19 FORMAÇÃO Formação em engenharia, uma urgência pós-pandemia Uma investigação da Search Consultancy demonstrou que a indústria transformadora é mais afetada pela escassez de competências que qualquer outra indústria — com 85% das empresas prejudicadas pela falta de trabalhadores qualificados. Esta tendência agravou-se com a pandemia. A Sandvik Coromant quer ajudar a resolver esse problema. Daniel Strandell, Gestor global dos Centros Sandvik Coromant Tradicionalmente, são instalações como os Centros Sandvik Coromant que procuram fazer a diferença e fornecer formação especializada a engenheiros de todo o mundo. Contudo, a pandemia travou a formação consistente para muitos e, agora, a indústria tem de recuperar o tempo perdido. Neste artigo, analisamos a forma como a Sandvik Coromant está a ajudar a melhorar as competências dos trabalhadores. A Sandvik Coromant dispõe de uma pegada global de Centros Sandvik Coromant localizados em todo o mundo, que se dedicam à formação de clientes na área das competências essenciais em traba-
20 FORMAÇÃO lho de metais e que apresentam as avançadas tecnologias de maquinagem da organização. Nos centros, os clientes podem participar em palestras, apresentações e demonstrações de ambiente de produção que exibem os produtos e as técnicas de maquinagem da Sandvik Coromant. A empresa foi a primeira na indústria das ferramentas de corte a introduzir centros de aplicação e, actualmente, existem Centros Sandvik Coromant em vários locais da Europa, Ásia e Américas. Contudo, durante a pandemia, as restrições devido à Covid-19 forçaram muitas unidades produtivas a fechar as portas ao público em geral e as visitas às instalações cessaram. Como resultado, os engenheiros de toda a indústria perderam mais de 18 meses de formação e educação vitais. Como podemos colmatar esta lacuna? UTILIZAR A INTERNET Há muitos anos que a lacuna de competências gera preocupação, mas para muitas empresas industriais, a pandemia agravou esta situação. Com efeito, 58% dos inquiridos num recente inquérito da McKinsey afirmaram que colmatar a lacuna de competências dos trabalhadores das suas empresas se tornou ainda mais prioritário no pós-pandemia. Instalações como os Centros Sandvik Coromant são cruciais para fornecer engenheiros com formação prática aprofundada, que as empresas podem aplicar nas suas próprias operações. Contudo, enquanto os centros estiveram fechados a visitantes, a Sandvik Coromant assegurou-se de que apoiava os seus clientes tanto quanto possível. A única forma de manter o contacto era via online e a empresa fê-lo através de séries de webinars, sessões de formação específicas de produtos e demonstrações de produtos em direto via conferências de vídeo em streaming. Por exemplo, as sessões virtuais incluíram uma série de sessões de conhecimento mensais sobre ferramentas rotativas sólidas, que teve início em janeiro de 2021. As sessões online abrangem áreas críticas do corte de metais, desde a furação à fresagem e até áreas mais específicas como a maquinagem de alumínio para componentes automóveis e amaquinagem de materiais compósitos, tudo com o objetivo de fornecer conhecimentos de aplicação essenciais a quem não dispõe de capacidades de formação internas. É evidente que as empresas estão a levar a lacuna de competências mais a sério que nunca. Muitos começaram a investir em algum tipo de formação, comgrande destaque para a renovação e o melhoramento de competências. No entanto, só é possível ir até certo ponto no mundo virtual. As empresas, sobretudo na indústria do fabrico, têm de reunir as pessoas para melhorar as competências. E não deviam focalizar-se apenas nos seus trabalhadores atuais. COLMATAR A LACUNA A Sandvik Coromant trabalhou com muitos clientes que explicam que a lacuna de competências é uma das principais razões para o investimento em formação. Outra investigação da Search Consultancy sobre a lacuna de competências concluiu que 40% dos participantes acreditam que a falta de candidatos qualificados é o fator que mais contribui para a escassez de competências. Apesar de investir nas competências dos atuais trabalhadores ser vital, a indústria também temde olhar para a próxima geração de engenheiros. Um relatório de 2020 da EngineeringUK concluiu que quase 50% dos jovens entre os 11 e os 19 anos sabem “pouco“ ou ”quase nada” sobre o que os engenheiros fazem. Alémdisso, a pandemia também teve impacto sobre o momento em que as pessoas iniciam as suas carreiras. Assim, a BAE Systems concluiu que mais de 40% dos jovens entre os 16 e os 24 anos inquiridos no Reino Unido estão a suspender os seus planos de carreira até a pandemia terminar. Para apoiar os futuros engenheiros, a Sandvik Coromant trabalha ativamente com escolas e universidades, para ensinar aos estudantes as principais tecnologias de corte de metal. Por exemplo, a empresa trabalhou com o Instituto Politécnico Rensselaer na produção de peças para carros para uma competição entre estudantes. No âmbito da colaboração, a Sandvik Coromant prestou aconselhamento quanto à escolha das ferramentas apropriadas para os componentes em alumínio de grau aeroespacial do carro de competição, bem como quanto às técnicas de maquinagem adequadas e conselhos gerais sobre a remoção de material. A Sandvik Coromant também disponibiliza vários programas educativos, em que os estudantes podem trabalhar na organização durante duas semanas ou seis meses, depois de acabarem as aulas. Apesar de os recursos online serem suficientes como solução provisória, instalações como os Centros Sandvik Coromant permitem mergulhar os visitantes em ambientes produtivos da vida real, constituindo ummétodo de formação precioso. Considerando a forma como os últimos 18 meses afetaram as competências de engenharia, torna-se óbvio que a lacuna de competências aumentou. Ao olharmos para o futuro, oferecer uma combinação de formação virtual e presencial a todos os engenheiros é fundamental para criar uma força de trabalho competente. Para encontrar o seu Centro Sandvik Coromant mais próximo, visite www.sandvik.coromant.com/sandvik-coromant-center/ n
21 LASER O que nos reserva o futuro do laser? Peter Leibinger, chefe de tecnologia da Trumpf, fez levantar algumas sobrancelhas quando, em 2013, durante a feira Lasys, declarou que o laser tinha passado a ser uma mercadoria. Desde então, o mercado não parou de crescer e, apenas três anos depois, quatro empresas fornecedoras de soluções laser superavam já os mil milhões em vendas. Nikolaus Fecht e Andreas Thoss Na China, omaior mercado domundo para os lasers, os sistemas até à gama dos kilowatts competem duramente pelo preço mais baixo. O laser tornou- -se em mais uma mercadoria? “Na realidade gostaria que fosse assim”, diz Christian Schmitz, diretor executivo da tecnologia laser da Trumpf. “A mercadoria significa maiores quantidades, o que por sua vez faz com que o laser seja uma opção para outras aplicações. Vejo-o como um sinal de que o laser se tornou um grande sucesso”. Mas como será o futuro para um pioneiro da alta tecnologia como a Trumpf? “Como fabricante de laser Conversão descendente paramétrica espontânea para a geração de pares de protões emaranhados (Foto: Fraunhofer ILT/Volker Lannert). A tecnologia quântica dá-nos “uma oportunidade muito melhor de descrever a realidade, nos nossos modelos e nossos métodos, como realmente é, ou seja, em toda a sua incerteza”, diz o Professor Reinhart Poprawe.
22 LASER comercial, também somos capazes de competir em mercados maiores. No entanto, não planeamos renunciar ao mercado das aplicações de alta gama”. Para Schmitz, isto significa, por exemplo, a produção de lasers para a indústria dos semicondutores. A Trumpf fornece à ASML, o fornecedor holandês de sistemas de fotolitografia, o laser mais potente do mundo produzido em série. A Trumpf dedicou 15 anos ao desenvolvimento desta aplicação laser extremamente especializada, que provavelmente representará mais de 10% das vendas totais em 2020. Além disso, está previsto que continue a crescer, o que irá contrariar a tendência geral da indústria da máquina-ferramenta. Em novembro de 2020, uma equipa da Zeiss, Trumpf e Fraunhofer IOF foi galardoada com o ‘Deutscher Zukunftspreis’ (Prémio Alemão do Futuro) pelo desenvolvimento da litografia EUV. Um projeto que é sustentado por mais de 2000 patentes. “Para realizar un projeto de alta tecnologia como este”, explica Schmitz, "é cada vez mais importante encontrar os parceiros adequados, entidades com as quais se possa explorar todo o potencial tecnológico de aplicações avançadas como esta". O PRINCÍPIO DO INSTITUTO FRAUNHOFER Schmitz encontrou tais parceiros na Fraunhofer-Gesellschaft, a principal organização mundial de investigação aplicada, com sede na Alemanha. Desta parceria, destaque para o trabalho realizado pelo Instituto Fraunhofer de Ótica Aplicada e Engenharia de Precisão IOF, responsável pelo desenvolvimento dos revestimentos de espelhos EUV. Estes espelhos devem ter uma rugosidade superficial de não mais que 0,1 nm, o diâmetro de um átomo. Por detrás de uma constelação tão bem-sucedida encontra-se o princípio do instituto Fraunhofer de um equilíbrio entre a investigação básica e aplicada. Um terço do seu financiamento é proporcionado pelo governo para a investigação básica. Tudo o resto temde ser gerado emprojetos conjuntos e contratos de investigação para a indústria. Desta forma, este instituto conseguiu algo que é único no mundo: uma transferência de tecnologia eficaz. Igualmente importante e ef icaz para o sucesso da tecnologia laser na Alemanha foi o apoio proporcionado durante os últimos 60 anos pelos ministérios federais de ciência da Alemanha - inicialmente oMinistério Federal de Investigação e Tecnologia (BMFT), e agora o Ministério Federal de Educação e Investigação (BMBF) - e dos assuntos económicos. Ao financiar a investigação conjunta, conseguiram unir as empresas e os institutos. “A investigação conjunta só pode funcionar quando existe uma cultura de cooperação entre a ciência e a indústria”, diz Andreas Tünnermann, diretor do Fraunhofer IOF. ABRAM ALAS AOS LASERS DE PRECISÃO “Umexemplo disto, naminha opinião, é o desenvolvimento de lasers de impulso ultracurto para o processamento de materiais”, diz Tünnermann. “Nos anos 90 pudemos demonstrar [no Centro de Laser de Hannover] que os lasers de impulso ultracurto podem ser utilizados para texturizar metais com uma precisão na gama micrométrica, mas sem danos significativos para o material. A experimentação inicial para isto fez parte de um projeto conjunto do BMBF”. Entre os parceiros deste projeto encontravam-se empresas como a Bosch e a Trumpf. “Isto também deu lugar a um Deutscher Zukunftspreis, neste caso, para a equipa que tinha trabalhado no projeto conjunto do BMBF”. Agora, o processamento de material com impulsos ultracurtos (USP) ascende a um novo nível. O CAPS ou Fraunhofer Cluster of Excellence Advanced Photon Sources é coordenado conjuntamente pelo Fraunhofer IOF e pelo Fraunhofer ILT. O CAPS encarrega-se de passar os lasers USP do laboratório para o fabrico industrial. Os serviços para utilizadores do CAPS nos Institutos Fraunhofer de Jena e Aachen oferecem aos utilizadores uma variedade de fontes de fotões na gama dos quilowatts para fins de investigação aplicada. Foto: Fraunhofer IOF.
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