Raw Materials Week 2025 lança novo mecanismo de ligação entre indústria, fornecedores e investidores.
O encontro, que este ano reforça o foco em atrair investimento para o ecossistema europeu de fornecimento, está marcado pelos discursos-chave do vice-presidente executivo para a Prosperidade e Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, a 19 de novembro, e do comissário para as Parcerias Internacionais, Jozef Síkela, a 20 de novembro.
A aplicação do Critical Raw Materials Act (CRMA) domina grande parte do debate. O diploma, que define metas europeias de produção, reciclagem e transformação até 2030, implica processos de licenciamento mais rápidos, expansão de projetos estratégicos e uma diplomacia económica mais robusta com países terceiros.
Segundo a Comissão, o cumprimento destas metas depende de um ‘envolvimento total dos stakeholders’, desde empresas mineiras e tecnológicas a investidores, governos e centros de investigação. A diversificação das cadeias de abastecimento - hoje fortemente dependentes de países terceiros - continua a ser um dos principais objetivos.
O que define o CRMA?
• 10% da extração anual de matérias-primas críticas deve ocorrer na UE até 2030
• 40% do processamento deve ser feito em território europeu
• 25% das necessidades devem ser cobertas por reciclagem
• Nenhum país pode representar mais de 65% das importações em qualquer etapa da cadeia
Um dos anúncios centrais da semana foi a abertura de inscrições para o Raw Materials Mechanism, integrado na EU Energy and Raw Materials Platform. A ferramenta pretende ligar compradores, fornecedores, investidores e prestadores de serviços de armazenagem, funcionando como ponto de encontro para a indústria que depende de matérias-primas estratégicas - dos setores digital e energético ao aeroespacial e defesa.
O mecanismo permitirá:
• Agregar procura e facilitar compras conjuntas,
• Conetar empresas a financiadores e parceiros de investimento,
• Ligar projetos emergentes a potenciais off-takers,
• Permitir cooperação para novos investimentos ou consórcios,
• Impulsionar projetos tanto na UE como em países terceiros.
Importa sublinhar que as negociações comerciais decorrerão fora da plataforma, sem intervenção da Comissão. O objetivo é funcionar como catalisador, reduzindo assimetrias de informação e acelerando o desenvolvimento de novos projetos estratégicos.
A Comissão destaca ainda o lançamento, a 3 de dezembro, da iniciativa ResourceEU, que pretende “amplificar e acelerar” o acesso da indústria a fontes alternativas de matérias-primas críticas, combinando instrumentos de política industrial, cooperação externa e financiamento.
Com o relógio das metas de 2030 a contar, a UE procura agora transformar estratégia em execução. O sucesso dependerá, como repetido ao longo da semana, da capacidade de mobilizar o setor privado, acelerar investimento e garantir que as cadeias de valor críticas permanecem - ou regressam - ao território europeu.
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