Informação profissional para a indústria metalomecânica portuguesa
“É crucial continuar a reunir os principais atores da indústria, neste que é o maior evento português do ramo”

Entrevista com Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor

Luísa Santos10/05/2023

As feiras setoriais são importantes barómetros de qualquer economia. Mesmo antes de sabermos que Portugal foi o país da Europa que mais cresceu em 2022, já o facto de a EMAF, a principal feira industrial nacional, voltar a ter lista de espera nos dava essa indicação. Nesta entrevista, Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor, analisa o bom desempenho da indústria nacional à luz da atual conjuntura e diz-nos o que esperar da edição deste ano, centrada na transformação digital.

Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor
Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor.

A edição deste ano da EMAF voltou à dinâmica pré-pandemia, com o espaço esgotado muito antes do evento. Este é um sinal de que a economia portuguesa não está a ser tão afetada pelas condicionantes externas como está a acontecer com outros países da Europa?

É com grande satisfação que avançamos que a 19ª edição da EMAF - Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria - já se encontra esgotada há algum tempo. Atingimos o objetivo de ver todo o nosso recinto completo, com mais de 430 empresas expositoras, nacionais e internacionais. Neste seguimento, concluímos que apesar do panorama vivido, Portugal está a alcançar níveis de crescimento. Importa destacar, é claro, que a EMAF traz para o plano principal um setor que mexe com a economia em contexto global – a indústria. É crucial continuar a reunir os seus atores, neste que é o maior evento português do ramo, e que visa dar resposta aos seus desafios e tendências. Ao esgotarmos os expositores, comprovamos a pertinência da realização deste evento de grande escala.

Além disso, vermos a EMAF esgotada meses antes do seu início vem comprovar que, embora os eventos online tenham alcançado força em contexto pandémico, estes não resultam na sua totalidade, porque as pessoas precisam do contacto presencial. Será, certamente, um regresso memorável.

Na sua opinião, que fatores contribuem para tal?

Acreditamos que a posição geográfica do nosso país influencie a que a sua economia seja uma das menos expostas, da União Europeia, às economias russa e ucraniana, por essa razão, a Comissão Europeia colocou Portugal como o país europeu com maior crescimento em 2022. Claro que estamos expostos a muitos desafios, desde as dificuldades que as empresas sentem em aceder a matérias-primas ao aumento dos custos da energia, da mão-de-obra ou dos transportes. Contudo, ainda assim, verifica-se um crescimento da economia portuguesa, que se deve, sobretudo, ao contributo positivo da procura interna e, naturalmente, às exportações.

Ao longo dos anos, a EMAF tem vindo a diversificar a área de atuação para passar a incluir empresas fornecedoras dos mais diversos mercados. Como aconteceu esta evolução?

Pretendemos conquistar uma vertente cada vez mais internacional, edição após edição, e destacamos que na edição de 2021 a EMAF abriu portas a visitantes e expositores oriundos de 57 países. Do balanço que temos vindo a obter, a presença das empresas estrangeiras surge pelo seu interesse no mercado português, tendo em conta o seu potencial. São variados os fatores que destacam o nosso país, nomeadamente: a localização geográfica privilegiada, as boas infraestruturas, a sua estabilidade macroeconómica, as reformas estruturais em curso, bem como as excelentes condições de investimento. Só podemos concluir que a perspetiva de futuro é muito favorável, na qual a economia nacional tem um potencial de crescimento significativo nos próximos anos.

A transformação digital é tema central na EMAF 2023

O número de fornecedores da indústria de plásticos também tem vindo a aumentar. Na sua opinião, que fatores levam estas empresas a interessar-se pela EMAF?

A indústria dos plásticos enfrenta variados desafios face ao contexto atual, nomeadamente, na sequência do aumento dos preços da energia. A EMAF tem esta particularidade, de reunir os variados setores industriais para debater o presente e partilhar sinergias. Avançamos que temos tido um aumento significativo de empresas com equipamentos para a indústria de moldes e algumas empresas de plásticos e compósitos, com aplicação direta na indústria nos diferentes setores – o que favorece a indústria dos plásticos. Outro fator, é que as empresas procuram estar presentes pela abrangência que a feira tem no mercado ibérico.

Este ano, em que pavilhão vamos poder encontrar estas empresas?

Estão concentradas, sobretudo, nos pavilhões 1 e 2. De forma a permitir uma visita mais profícua, a EMAF está dividida em quatro setores principais: máquinas e equipamentos para a indústria do metal; ferramentas manuais e elétricas consumíveis e equipamentos pessoais de segurança; indústria 4.0/5.0, automação industrial e robótica; soldadura. Para além destes setores, os visitantes podem encontrar um leque variado de soluções para quase todos os setores industriais.

No total, quantos expositores diretos terá a feira?

A 19ª edição da EMAF contará com mais de 430 empresas diretas.

A percentagem de expositores internacionais mantém-se elevada?

Sim, cerca de 20% das empresas confirmadas são internacionais, com uma forte presença espanhola.

Quais são os temas fortes da edição?

O tema que apresentamos este ano é ‘Transformação Digital’, com momentos de debate e reflexão sobre o futuro do setor. A otimização energética, a digitalização, a automação e a inteligência artificial serão alguns dos tópicos em destaque, permitindo às empresas apresentar soluções integradas que garantem o máximo desempenho e eficiência dos processos produtivos.

Que tipo de tecnologias poderão os visitantes encontrar nos pavilhões da Exponor?

Podemos avançar que alguns dos nossos clientes vão apresentar soluções inovadoras na área da eficiência energética, robótica, inteligência artificial, manufatura aditiva e realidade aumentada.

Ao falarmos de tecnologia, não podemos deixar de destacar a plataforma digital E+E, enquanto apoio à feira física e uma das grandes apostas da Exponor. Esta ferramenta, que está sempre em constante evolução e atualização, foi pensada para criar um ecossistema global do setor e aproximar visitantes e expositores – mesmo antes de darmos início ao evento.

Estão programadas atividades paralelas? Quais?

Nesta 19ª edição temos previstas várias atividades paralelas à exposição, tais como conferências, workshops, entrega de prémios, entre outras. Avançamos ainda que alguns dos nossos clientes vão apresentar soluções inovadoras na área da eficiência energética, destaque que será apresentado durante a edição. O nosso site conterá a atualização de todas estas informações.

Nos últimos anos, a EMAF realizou-se sempre no último trimestre. Que razões motivaram a alteração de calendário?

Foi uma decisão tomada em prol do interesse manifestado pela maioria das empresas e ainda concertada com a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), parceiro oficial do evento.

Preveem manter estas datas nas próximas edições?

Sim, vamos manter a realização da EMAF no final do primeiro semestre dos anos ímpares, alternando com a 360 Tech Industry – Feira Internacional 4.0, Robótica, Automação e Compósitos.

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