João Ribeiro, diretor geral da Ibermática – Divisão Smart Factory & OT (Portugal)
20/10/2022Nos dias de hoje, para que as empresas garantam a sua sustentabilidade no mercado, é vital que:
A verdade é que estas necessidades não são novas e a Indústria 4.0 é já hoje uma realidade – as empresas percebem que têm de ter a capacidade de adaptar e evoluir os seus processos, mas necessitam de sistemas e tecnologias que as ajudem a assimilar as transformações efetuadas e a implementar as estratégias definidas.
O mundo industrial encontra-se, por isso, num momento decisivo da sua evolução, dado que, se por um lado, existe a pressão de inovar, por outro, vivemos um cenário de instabilidade.
É, então, aqui que as tecnologias 4.0 têm de ajudar as empresas a alcançar níveis de eficiência e produtividade elevados, pois só assim conseguirão converter os investimentos em rentabilidade e competitividade, de forma a atingir os seus objetivos globais.
Assim, é imprescindível a integração dos departamentos de engenharia, aprovisionamento, fabrico, montagem, expedição, vendas e atendimento técnico – para que cada uma destas áreas tenha sempre informação correta, fidedigna, atualizada e no formato mais adequado.
A integração bidirecional entre o sistema de gestão ERP com o CAD e/ou PDM diz respeito a uma abordagem que tem como objetivo evitar e eliminar os tão conhecidos ‘silos de informação’ e as decorrentes dificuldades de coordenação e comunicação entre departamentos.
De facto, os resultados organizacionais serão limitados se as empresas se focarem apenas no funcionamento tecnológico ótimo de uma área/departamento sem pensarem na integração tecnológica do conjunto dessas mesmas áreas/departamentos.
Integração ERP/CAD: eliminar os silos de informação e melhorar a coordenação e comunicação entre departamentos
Neste âmbito, podemos distinguir três tipos de abordagem, nomeadamente: transferência de informação, conexão entre sistemas e integração de sistemas – conceitos que, frequentemente, são utilizados de forma indistinta, mas que, na realidade, dizem respeito a situações de diferente alcance.
Em concreto, a integração de sistemas diz respeito ao dado único – não há transferência de informação, a fonte de informação é a mesma para toda a empresa; e cada sistema (CAD e/ou ERP) regista ou lê os dados necessários, disponibilizando a informação, de acordo com a função e no tipo e forma mais adequados – eliminando, assim, os silos de informação e todos os problemas decorrentes.
Neste caso, o sistema de CAD/PDM tem acesso à informação do ERP, permitindo consultar e selecionar referências de artigos ou de materiais, vincular metadados entre os sistemas, indicar a gama operatória pretendida, definir pautas de controlo e dimensões a controlar, assim como conhecer o estado do projeto em cada departamento da empresa - tanto ao nível de componentes, como de prazos.
Desta forma, existirá um contínuo conhecimento do estado de todos os processos, em todos os departamentos, permitindo notificações através de regras de avaliação.
Em seguida, apresentamos alguns exemplos práticos do alcance e benefícios que é possível obter, através da abordagem de integração entre o sistema ERP com a solução CAD e/ou PDM – nomeadamente, na fase de projeto:
Estado das compras/stocks de materiais, tempo gasto em tarefas de projeto, problemas com prazos de entrega de determinado tipo de peça, não conformidades detetadas na produção com origem no desenho, estado das compras e do fabrico de componentes do projeto, entre outros.
Previsão de entrega, sincronização das alterações com as estruturas dos artigos e ordens de produção, bloqueio ou aviso em situações de pedidos de alteração ao projeto, em processos já iniciados de compra ou de fabrico.
Disponibilização da documentação na versão correspondente à produção de determinado equipamento e respetivo controlo de alterações.
Para uma Integração 4.0 bem-sucedida, será necessária a implementação de uma solução que permita uma integração completa, ágil e eficiente de todas as áreas da empresa, ou seja, uma plataforma que integre num único sistema todas as áreas – da engenharia à fábrica, incluindo:
Ainda, que permite aceder ao denominado ‘Gémeo Digital’ ou Digital Twin, para, assim, se alcançar o nível de integração máximo.
Desta forma, estaremos em presença de empresas ágeis, capazes de responder rápida, eficiente e integradamente às necessidades dos diferentes tipos de produção e modelos de gestão.
Não obstante os diversos condicionalismos que se fazem sentir no mercado industrial atual, a competitividade da indústria metalúrgica e metalomecânica exige que as empresas reforcem o seu caminho rumo à sua transformação digital inteligente e, assim:
Tudo isto vai permitir a criação de uma nova visão da empresa: mais conectada, integrada, flexível, automatizada e inteligente.
Para a Ibermática, a indústria 4.0 é, antes de mais, uma oportunidade. O futuro das empresas da indústria metalúrgica e metalomecânica, prevê-se desafiante, mas as tecnologias 4.0 são as ferramentas fundamentais para que as organizações estejam preparadas e sejam capazes de enfrentar com sucesso as incertezas que se avizinham.
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