Informação profissional para a indústria metalomecânica portuguesa

A digitalização da indústria da chapa

Tiago Silva, gestor de produto na Sucorema19/05/2021

A quarta revolução industrial está em curso e vai passar a fazer parte do dia-a-dia dos fabricantes de produtos metálicos. As tecnologias digitais aplicadas à indústria podem fornecer muitas respostas através de métodos e ferramentas que definem uma unidade de produção de chapa inteligente. No presente artigo, observa-se que a indústria mudou e que flexibilidade e eficiência são agora requerimentos cruciais para gerir pequenos lotes de produção em curtos prazos de entrega.

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As máquinas Stefa são projetadas, construídas e vendidas como equipamentos flexíveis, oferecendo sistemas globais para a produção de chapa que implementam os princípios da Indústria 4.0, fornecendo aos fabricantes de chapa três elementos vitais para a sua produção: Flexibilidade, Conectividade e Inteligência.

Flexibilidade

Para a Sucorema, flexibilidade significa transformar bobines de chapa numa variedade de produtos metálicos, com a intervenção mínima do operador, através de diversas operações como corte, furação, dobragem ou perfilagem, numa só linha de produção. As máquinas Stefa são, assim, capazes de responder às necessidades do mercado atual, onde progressivamente se procura uma maior oferta e complexidade no produto final, com os seus equipamentos que permitem diversas operações.

Exemplo disso é a inovadora unidade de furação, uma prensa rotativa para bobines até 750mm de largura, equipada com um servo-disco puncionador, preciso e rápido, com capacidade até 10 ferramentas para serem aplicados a perfis estruturais que, aliado a uma automação rápida e flexível, pode ter integrado o software ElitePunch, que permite transferência de ficheiros CAD para uma parametrização da produção quase instantânea. Desta forma, o produtor está pronto a responder às necessidades cada vez mais desafiantes do mercado da construção, onde a arquitetura metálica ultrapassa barreiras todos os dias.

Centro de furação CNC para bobines Stefa PRR10

Centro de furação CNC para bobines Stefa PRR10

Conectividade

As máquinas estão a deixar de ser equipamentos estáticos para serem elementos ‘vivos’ com funções extra produção. Isto é, os componentes primordiais das máquinas irão comunicar para um software central os seus estados, seja, por exemplo, a conclusão de uma ordem fabrico ou um alarme de um componente, a alertar que é a hora certa para a sua manutenção.

Esta conectividade irá permitir aos proprietários da produção um maior controlo sobre a produção. Considerando que a capacidade de produção corresponde à soma de trabalho real e trabalho desperdício, a conectividade, juntamente com automação, terá a capacidade de reduzir, se não até eliminar, as atividades redundantes ou aquelas com pouco valor que normalmente ocorrem no início e no fim da produção automática, como por exemplo na manipulação das matérias-primas.

A descentralização é outro fator primordial que cada vez mais fará diferença no futuro. O gestor de produção terá uma maior capacidade de controlo: na introdução de inputs sobre o que é necessário produzir, em vários equipamentos e com a intervenção mínima do operador da máquina. Isto garante, também, que o fator mão de obra seja reduzido, em termos de especialização, onde os ‘mestres’ da fábrica poderão facilmente contornar a falta de mão de obra especializada ou os tempos necessários de aprendizagem.

Exemplo prático, com o software avançado ‘EliteBender’ equipado nas Viradeiras Stefa VH onde é possível adquirir a licença ‘office’ e criar uma rede de conexão entre um PC de escritório e a máquina. Assim é possível criar ordens de produção e fazer programação de perfis metálicos de uma forma remota, onde o operador da máquina só se preocupa em realizar a manipulação de material evitando erros de programação e realização de quantidades desnecessárias.

O software ‘EliteBender’ instalado nas Viradeiras Stefa VH permite adquirir a licença ‘office’ e criar uma rede de conexão entre um PC de escritório...
O software ‘EliteBender’ instalado nas Viradeiras Stefa VH permite adquirir a licença ‘office’ e criar uma rede de conexão entre um PC de escritório e a máquina.

Inteligência

Um dos conceitos fundamentais da definição de Indústria 4.0 é a Big Data. Significa que um grande conjunto de dados é processado de forma a obter ‘outputs’ valiosos. Os dados são obtidos em tempo real, enquanto as máquinas produzem, e os algoritmos inteligentes irão resolver problemas ou mostrar tendências de produção quase instantaneamente. Com a obtenção destes dados e seu tratamento, obtém-se um panorama novo das cadeias de produção. A experiência valiosa, obtida durante os largos anos de trabalho pelos produtores de chapa, ganha uma nova dimensão, porque a Big Data irá colocar em perspetiva o chavão ‘como sempre fizemos’.

Já mencionamos que existe uma mudança progressiva, na indústria em geral, de fazer stock para grandes produções para pequenas produções orientadas às encomendas que existem e em cada prazo mais pequeno. Esta filosofia não é uma novidade nos produtores da chapa que todos os dias, atualmente, enfrentam estes desafios bem conhecidos. Ser competitivo nos dias de hoje não é só uma questão de preço ou ser rápido na entrega: o verdadeiro desafio reside na eficiência da produção, em conseguir um rápido ajuste, independentemente da geometria da peça final, características mecânicas do material ou mesmo espessura.

A tecnologia incorporada nas Viradeiras Stefa VH são exemplo perfeito dessa inteligência integrada e que se adapta conforme o trabalho executado. Para conforto de seus utilizadores a máquina ajusta-se automaticamente conforme a espessura de chapa que irá dobrar, o comprimento de corte é realizado para a peça especifica ganhando tempo de produção e os efeitos de mola de chapa são neutralizados através de correções obtidas na base de dados de materiais, definidos para qualquer variedade de material e ajustados progressivamente. A inteligência é isto, ter soluções disponíveis e fáceis de usar, em foco no controlo, processo de otimização de produção e eliminação de todos tempos mortos invisíveis que determinam a eficiência e competitividade das empresas.

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