BM9 - InterMETAL

5 EDITORIAL A última década foi de ouro para o setor metalúrgico e metalo- mecânico português. Quem o diz são as associações do setor. A Cefamol, por exemplo, refere no seu mais recente ‘market report’ que os últimos dez anos foram os melhores de sempre para a indústria de moldes nacional. Este facto justifica, em parte, a resiliência demonstrada pelas empresas do setor no último ano e a capacidade de resposta perante o aumento da procura registado no primeiro trimestre de 2021. A AIMMAP anunciou, inclusive, que março deste ano foi o melhor de sempre para as exportações do setor, que atingiram uns impressionantes 1.960 milhões de euros. No entanto, o aumento da procura parece estar também na ori- gem da atual falta de matérias-primas como o aço, mas tam- bém o crómio, o níquel, o cobre, o cobalto ou o alumínio. E esta, por seu lado, condiciona a recuperação do setor. Os dados indicam que, durante a pandemia, o consumidor des- viou a atenção dos serviços, como os relacionados com o turis- mo e restauração, para os bens de consumo. No primeiro trimes- tre deste ano, esta tendência intensificou-se, principalmente em países em que a pandemia está controlada, como é o caso da China. Ora, tudo indica que, para dar resposta e por receio de fa- lhas de abastecimento, os fabricantes começaram a açambarcar matérias-primas. No essencial, fizeram o mesmo que os consu- midores fizeram no início da pandemia com o papel higiénico (não fosse o diabo tecê-las…). A este facto, junta-se a falta de condições logísticas para o trans- porte marítimo, com muitos contentores retidos em países a braços com picos pandémicos e os restantes a serem sobre-uti- lizados pelos operadores. Já todos percebemos que não podemos estar completamente dependentes de uma única fonte de abastecimento. Parte da solução pode estar na reciclagem de metais. Neste sentido, in- tensifica-se a investigação, aprimora-se a tecnologia de triagem, movimentam-se as empresas da área. Nesta edição, contamos- -lhe um pouco do que está a ser feito. Conte também com diversa informação acerca das novidades técnicas no campo do processamento de chapa e com um resu- mo das principais tendências exibidas na Metav 2021. Fique ainda a saber a que conclusões chegaram os investigado- res que levaram a cabo o projeto EcoTermIP, relacionado com a ecoeficiência de processos térmicos, e, por exemplo, o que levou a Adira a investir na inovadora, e cada vez mais competitiva, área da fabricação aditiva. Para ler na entrevista exclusiva que o CEO da empresa, Jorge Aguiar, deu à InterMETAL. Boa leitura! Afinal, porque escasseiam as matérias-primas? Novo Regulamento de Ecodesign entra em vigor a 1 de julho O Regulamento de Ecodesign (UE) 2019/1781 especifica as novas diretrizes para o design eficiente de motores assíncronos trifásicos e, pela primeira vez, de conversores de frequência. A partir de 1 de julho de 2021 a classe de efi- ciência IE2 será obrigatória para motores de 2 a 8 polos, para a gama de potência de 0,12 - 0,75 kW, e IE3 para gama 0,75 - 1000 kW - incluindo motores com proteção contra explosão e motores com freio. Numa segunda fase, a partir de 1 de julho de 2023, os motores com proteção contra explo- são com design de segurança aumentada (Ex eb) e os motores monofásicos para a gama de potência >0,12 kW deverão cumprir a classe de eficiência IE2 enquanto os motores de 2 a 6 polos e 75 - 200 kW deverão cumprir a classe de eficiência IE4. A maioria dos fabricantes já anunciaram a observância das novas regras. A SEW-Eurodrive, por exemplo, recomenda para novos proje- tos o uso de motores DRN e EDRN (classe de eficiência IE3) para motores assíncronos trifásicos. “Ao utilizar estes motores os requi- sitos legais de eficiência já são cumpridos no Espaço Económico Europeu e em todo o mundo”, refere a empresa. Também a partir de 1 de julho de 2021, a classe de eficiência IE2 é obrigatória para converso- res de frequência na gama de potência 0,12 - 1000 kW. De acordo com a SEW-Eurodrive, todas as séries de conversores da marca aten- dem a esta classe de eficiência, podendo ser comercializados e utilizados sem restrições.

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