BM8 - InterMetal

5 EDITORIAL Numa conferência recente, António Costa Silva, autor do Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, apontou o setor da metalo- mecânica pesada e ligeira como estratégico para a reindustrialização do país. Numa altura em que todos esperam um segundo semestre de muito trabalho, esta é uma boa no- tícia para o setor. Significa que muitos dos apoios financeiros provenientes de Bruxelas, destinados à recuperação económica da Europa, deverão ser alocados às empresas que atuam nesta área (espe- remos que o processo seja célere e sem entraves). Significa também que está na hora de as empre- sas se preparem, apostando na automatização, ro- botização e digitalização, como estratégia para se manterem ‘à tona’ nos tempos que se avizinham. Porquê? Porque o segredo está, como já muito se disse, na produtividade. E aumentá-la passa, não podemos negá-lo, pela incorporação de tecnolo- gias de fabricação avançadas. Falamos, não só de ‘machine learning’, realidade aumentada ou tudo o que se relaciona com a IIoT, mas também de soluções mais ‘terrenas’ como software de gestão de ferramentas, ferramentas de corte com design otimizado, equipamentos de metrologia que facilitam a vida do operador no chão de fábrica ou máquinas de fabricação aditiva que, hoje, já oferecem peças metálicas de grandes dimensões aptas para uso industrial. Nesta edição da InterMETAL encontra vários exem- plos de inovações em todas estas áreas. No final da revista, mantemos uma secção dedicada às no- vidades que os expositores da Emaf têm vindo a lançar e que pretender exibir na edição deste ano da feira, entretanto reagendada para 1 a 4 de de- zembro. Boa leitura! Setor metalomecânico estratégico para a recuperação económica Tecnologia portuguesa no primeiro ‘marketplace’ digital europeu para as indústrias do metal e plásticos O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) é um dos participantes no projeto europeu Market 4.0, que tem como objetivo desenvolver uma plataforma online europeia para a comercialização de equipamentos industriais e serviços digitais associados, e ainda testar e demonstrar a importância destes novos canais de vendas em fluxos B2B nos setores do plástico e do metal. A Europa representa 36% do mercado mundial de fabrica- ção de máquinas e equipamentos. Vender emmercados distantes requer posicionamento nos países de destino, o que implica um longo período de maturação, formação especializada em mercados estrangeiros e significativo esforço humano. A venda de equipamentos online é, por isso, uma solução complementar e útil, que passa agora a estar disponível. “Comprar um gadget de 200 euros online, ou um equipa- mento industrial de 1 milhão de euros, não é exatamente a mesma coisa. A tomada de decisão é mais longa e difícil e a negociação comercial mais exigente. Mas este processo pode ser acelerado através de platafor- mas digitais online, onde o comprador pode avaliar as características do equipamento através de ferramen- tas digitais, e onde o vendedor pode propor inúmeras soluções. Nós estamos a desenvolver um configurador online para customização de máquinas para a indús- tria do metal, onde o cliente pode detalhar e escolher os componentes específicos que respondem às suas necessidades, o que agiliza o processo e torna a tomada de decisão mais ágil e amigável”, explica Filipe David Ferreira, investigador do INESC TEC. O Marketplace está a ser testado em ambiente real, em PME industriais portuguesas, tal como a fabricante de máquinas para o corte e de formação de chapa RICO. O projeto teve início em novembro de 2020 e tem a duração prevista de 12 meses.

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