BM25 - InterMETAL

56 DIGITALIZAÇÃO E INDÚSTRIA 4.0 Em colaboração direta com empresas, o INEGI tem promovido projetos orientados para o aumento da fiabilidade dos sistemas e da capacidade de decisão em tempo real. Entre os exemplos destaca-se o trabalho desenvolvido com a Zollern & Comandita, onde foi feita a digitalização dos fornos e do processo de vazamento, além da criação de ferramentas de planeamento de ordens de fabrico, com impacto na eficácia da produção e na redução da rejeição de peças. Neste projeto foi ainda construída uma máquina de inspeção com visão computacional, capaz de detetar defeitos com maior precisão. No projeto AARM 4.0, o foco esteve nos processos de corte e soldadura, com vista à digitalização do planeamento e à deteção precoce de falhas. Já no caso do projeto PAC, foi implementado um sistema de monitorização em tempo real numa prensa de grandes dimensões, permitindo a manutenção preditiva e a redução de paragens inesperadas. “Estamos a investir em sensorização avançada e em dashboards de visualização em tempo real, incluindo o uso de gémeos digitais em fornos e células de deposição”, adianta Ricardo J. Carvalho. Segundo o engenheiro do INEGI, os benefícios observados pelas empresas que apostam nestas soluções são transversais: maior controlo sobre os processos, deteção precoce de anomalias, otimização de recursos e eficiência energética, aumento da qualidade e agilidade no planeamento. Além disso, destaca-se um impacto positivo na atratividade do setor para novos talentos, ao modernizar a imagem da indústria. Contudo, subsistem entraves técnicos e organizacionais. “Persistem resistências à mudança, falta de competências e incerteza quanto ao retorno do investimento”, salienta. A integração com máquinas antigas, a fragmentação dos dados, a falta de interoperabilidade entre sistemas e as infraestruturas frágeis de comunicação são desafios frequentes. Para os superar, o INEGI defende uma estratégia clara, focada na relevância dos dados recolhidos, com investimento na qualificação dos colaboradores. “A qualificação das equipas é essencial para que as soluções se perpetuem e evoluam, gerando valor real”, conclui. CATIM: apoio técnico à adoção segura e sustentada da digitalização O CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica tem desempenhado um papel consistente no apoio à digitalização do setor, com especial foco nas pequenas e médias empresas. “Temos apoiado as empresas na identificação e adoção de soluções tecnológicas alinhadas com os princípios da Indústria 4.0, promovendo uma evolução gradual e sustentada dos seus processos e modelos de negócio”, sublinha Vânia Pacheco, responsável pela Unidade de Projetos do CATIM. A atuação combina serviços técnicos especializados, ações de capacitação e envolvimento em projetos colaborativos de âmbito nacional e europeu. Entre os projetos recentes com impacto direto na transformação digital, destaca-se a participação na Agenda Foto: Hexagon.

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