BM22 - InterMETAL

OPINIÃO 25 Infelizmente, nunca há tempo para celebrar. A economia moderna é vertiginosa e as alterações que a abalaram nos últimos anos são absolutamente disruptivas. De repente, a revolução digital impulsionou alguns concorrentes que se pensaria estarem completamente desfocados da indústria metalúrgica e metalomecânica. Nesse âmbito, o Metal Portugal foi atacado precisamente naquilo que o distingue, nas suas vantagens competitivas. Aquilo que só aquele estava em condições de fazer passou a estar ao alcance de muitos concorrentes através do recurso às ferramentas digitais. Em simultâneo, emergiu um conjunto de macrotendências que têm vindo a ganhar maior expressão no contexto da indústria transformadora: • O encurtamento dos ciclos de vida e de desenvolvimento de produtos; • A redução das séries de fabrico; • As promessas de customização em massa; • As contínuas pressões para a redução do 'time-to-market'; • As crescentes preocupações ambientais, de maior eficiência na utilização de recursos e a premência na concretização da economia circular; • O enfoque na inovação; • A maior incorporação de valor nos produtos, através de novos materiais, de soluções de design e engenharia e novas tecnologias; • A integração de uma maior componente de serviço em produtos; • Os desenvolvimentos promissores ao nível de novas tecnologias para a produção; • E, fundamentalmente, um verdadeiro sentido de urgência na transformação digital da indústria. Este processo de transformação tem implicado, e implicará, mudanças importantes nos modelos operacionais e de negócio das empresas, alterações nos seus processos, métodos de gestão industrial e modos de trabalho, a incorporação de tecnologias avançadas, de novas ferramentas de suporte e de engenharia e o desenvolvimento e incorporação de inovadoras soluções ao nível das tecnologias de produção e das peças técnicas. As empresas do Metal Portugal consolidaram a consciência de que precisavam de uma agenda para a digitalização para responder a estes desafios. Tornou-se fundamental encontrar novas vantagens competitivas. E isso só será possível através de uma agenda digital. A AIMMAP participa na liderança deste processo de transformação digital da indústria, articulando esforços com grandes empresas que funcionam como locomotivas da inovação, com os centros tecnológicos, com os centros de formação, com as instituições de interface entre a indústria e a academia, com as universidades, com os clusters subsetoriais e também com algumas agências do Estado português. Dessa forma, pretende ajudar as empresas a prosseguirem as suas trajetórias de crescimento. Naturalmente, é inevitável que processos produtivos mais automatizados e com uma cada vez maior incorporação de tecnologia conduzam à eliminação de uma significativa fatia das funções, tarefas e procedimentos manuais que atualmente ainda existem nas fábricas do setor. Não podemos concluir, no entanto, que essa evolução conduzirá automaticamente à destruição pura e simples de postos de trabalho e que o trabalho humano será substituído totalmente por robots. É verdade que a curto prazo alguns postos de trabalho mais obsoletos serão eliminados. Porém, em simultâneo, serão criados postos de trabalho bem mais atrativos e estimulantes para as novas gerações. Tendencialmente, os procedimentos manuais acabarão por desaparecer das nossas fábricas. Mas por cada con-

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