MEDIÇÃO E CONTROLO 40 Por este motivo, através da combinação de todos os tipos de técnicas de captação de dados das peças sensores, procede-se à digitalização do fabrico. Não obstante, isto requer potentes análises de dados massivos para além de uma gestão eficiente, entrando aqui a Big Data. A Big Data é a técnica utilizada quando as quantidades de dados em grande escala ultrapassam a capacidade do software convencional para os capturar, processar e armazenar em tempo razoável. Para além disso, o conceito de Big Data inclui também a capacidade de poder explorar esses dados para extrair informações e conhecimento de valor para os nossos próprios processos [3]. DESAFIOS E NOVOS CONCEITOS DA METROLOGIA 4.0 Um dos principais desafios da metrologia hoje em dia é a medição de magnitudes multidimensionais com pouca incerteza e em tempo real. É neste sentido que o papel da Indústria 4.0 torna-se imprescindível, visto que permite maximizar a eficiência e aumentar a qualidade do rendimento e os processos metrológicos [4]. Outro desafio principal da Indústria 4.0 a nível da inspeção é aumentar a sua qualidade e maximizar o rendimento do fabrico, o que levará à redução dos custos na linha de produção e a conseguir um sistema produtivo sem desperdícios. Nos dias de hoje, mais de 50% do material utilizado na produção acaba na sucata. Isto não resulta apenas num problema económico, mas também para o meio ambiente [5]. Utilizar a energia de forma eficiente, assegurar a origem responsável dos recursos e garantir o cumprimento e a expansão dos processos de reciclagem permitirá o desenvolvimento de processos e fábricas sustentáveis. Para que tudo isto seja uma realidade a nível industrial, é necessário transformar o conceito convencional do controlo de qualidade com base no fabrico em massa, as correções estatísticas, ... até ao novo conceito de qualidade na produção sem defeitos. Esta nova abordagem vem esquematizada na figura 3 e pode ser aplicada tanto à produção em massa como a peças individuais [1]. Tal como se pode observar, ao avançar para a metrologia 4.0 e no caminho do fabrico sem defeitos, os fabricantes devem implementar práticas de fabrico inteligentes com os seguintes focos e equipamentos [6]: Automatização: o carregamento e descarregamento robótico de componentes pode envolver os processos de medição dentro da linha de produção. Desta forma produz-se uma minimização dos erros devido a uma menor transferência e manipulação das peças. A conetividade entre estes sistemas de medição e das máquinas de fabrico permite um ajuste das variáveis e erros no processo em tempo real. Para alémdisso, eliminar a intervenção do operador reduz o erro humano, protegendo a qualidade da linha de produção e assegurando um maior nível de confiabilidade dentro destes processos. É por isso que o principal objetivo consiste em aplicar medições “inteligentes” que permitam ao sistema determinar as falhas e corrigi-las automaticamente. Operação de circuito fechado: o fabrico de ciclo fechado integra no mesmo processo as operações de fabrico e de inspeção, o que reduz os custos e melhora a qualidade. Este circuito fechado não foi desenhado unicamente para automatizar o controlo de qualidade, mas tambémpara elevar o nível de precisão do fabrico, garantindo que a sua linha de produção seja do nível mais elevado possível. Monitorização na nuvem: a monitorização na nuvem permite que os sistemas de medições comuniquem, solicitem e enviemdados, assim como alterem e modifiquem as medições através de funções autónomas inteligentes. A infraestrutura virtualizada pode oferecer inúmeras vantagens a um sistema de metrologia. Por exemplo, a informação relevante pode ser armazenada à distância e recuperada quando necessário, facilitar a colaboração no local de trabalho, etc. Comunicação e conetividade: uma grande parte do foco da Indústria 4.0 está no intercâmbio de dados em rede entre máquinas para maximizar a eficiência da produção. Neste sentido, incorporam-se sensores de todo o tipo nos processos produtivos com capacidade para comunicar e trocar dados, o que permite que a máquina de fabrico produza trocas, interrompa Figura 3. Esquema fundamental do novo controlo de qualidade da produção.
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