BM10 - InterMETAL
33 LASER Tudo começou em maio de 1960, com um ponto vermelho brilhante. Num laboratório de Malibu, o físico e engenheiro eletrotécnico, Dr. Theodore H. Maiman, fazia experiências com um rubi sintético de vários centíme- tros de comprimento. Este cristal em forma de vareta tinha um espelho de prata em cada extremidade e estava rodeado por uma lâmpada de xénon helicoidal. A intensa luz desta lâmpada fazia com que a vareta brilhasse num tom cor-de-rosa, o que em termos físicos excitava os átomos do cristal. Um impulso de luz ricocheteava e pulsava entre os espelhos e deixava o rubi rosado como um raio de luz vermelho brilhante. Foi o primeiro raio laser documentado oficialmente. RAIOS MORTAIS? Nas suas memórias, “How the Laser Happened”, o prémio Nobel Charles Townes, outro pioneiro do laser, relata como a imaginação dos militares foi desencadeada desde o início pelo potencial destrutivo do laser. Falava-se de raios mortais e de destruir foguetões no espaço. O seu cunhado e coinventor, Arthur Schawlow, promoveu esta ideia, demonstrando em público como um laser podia ser utilizado para rebentar balões de festa. Tais ideias levaram rapidamente a uma expansão massiva da investiga- ção e do desenvolvimento, tanto no Oriente como no Ocidente. Os E.U.A. pensaram que o laser poderia ser “o maior avanço no âmbito das armas desde a bomba atómica“e destinaram milhões de dólares à investigação a partir de 1960. Na Alemanha, os orça- mentos eram muito mais reduzidos, mas também aqui o Ministério Federal da Defesa contou de imediato com o apoio da indústria, através de empre- sas como a Leitz e a Telefunken. No entanto, logo se tornou evidente que a utilização principal do laser residia nas áreas de medição e topografia. O desenvolvimento dos”raios da morte” para destruir foguetões nunca passou da fase de testes. Entre as primeiras a entrar em cena encontravam-se, naturalmente, as empresas estabelecidas da indústria ótica. No início dos anos 60, tanto a Carl Zeiss, em Oberkochen, na antiga Alemanha Ocidental, como a VEB Carl Zeiss, em Jena, na antiga Alemanha Oriental, iniciaramatividades de desen- volvimento, em parte, às suas custas. Em 1962, o primeiro laser estava em funcionamento, em Oberkochen; a VEB Carl Zeiss apresentou um pri- meiro modelo de laboratório de um telémetro baseado em laser em 1965. O trabalho em projetos militares logo se viu rodeado de aplicações civis, sobretudo na Alemanha. Já emmea- dos da década de 1960, a Academia de Arquitetura da antiga República Democrática Alemã (Bauakademie der DDR) tinha introduzido a utilização dos lasers de construção ― uns 20 no total ― com a finalidade de realizar medições e levantamentos topográ- ficos de alta precisão na construção de, por exemplo, torres de televisão. O ProLMD, um projeto financiado pelo Ministério Federal Alemão de Educação e Investigação (BMBF), combina os métodos de produção convencionais com a deposição de metais por laser (LMD) e a robótica para criar um novo método de fabrico. A foto mostra o realinhamento de um componente numa célula robótica para soldadura por arco para o projeto ProLMD da KUKA, emWürselen. Foto: Fraunhofer ILT, Aachen/Ralf Baumgarten.
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