Robôs: os novos criadores de postos de trabalho

Ocupando o lugar dos operadores ou colaborando lado a lado com eles, os robôs são hoje verdadeiros criadores e impulsionadores de emprego.

Graças ao desenvolvimento tecnológico constante, os robôs cada vez mais se tornam peças fundamentais em ambientes produtivos, tornam-se ferramentas mais acessíveis, adaptáveis e fáceis de operar, estimulando desse modo uma maior utilização da automação e da robótica, especialmente nas pequenas e médias empresas.

Intrinsecamente ligada ao aumento do uso de robôs em processos produtivos está a nova realidade da realocação de operadores noutras tarefas geradoras de valor acrescentado para as organizações, bem como a criação de novos postos de trabalho para os atuais operadores ou para recém-contratados, como sejam:

• Programador: Esta posição pode ser exclusivamente dedicada à programação de novos trabalhos a executar pelos robôs. Normalmente envolve o uso de simulação offline e software de programação como o MotoSim, dando ao programador a capacidade de criar, testar e ajustar os programas dos robôs ou trabalho a partir de um computador antes de ser implementado em contexto de chão de fábrica;
• Operador de Robot/Célula: Os robôs auxiliam a força de trabalho de várias maneiras, aliviando os operadores da rotina diária de realizar tarefas exigentes, sujas e perigosas. A realocação de trabalhadores para tarefas como carregamento e descarregamento de peças ou verificação da sua qualidade permite garantir que a operação realizada está de acordo com os parâmetros definidos. Estes operadores também poderão ser úteis nos casos das emergências, como sejam por exemplo, as paragens dos robôs, das linhas de alimentação, dos processos de carga ou descarga, entre outros que possam decorrer nos vários contextos fabris em que estes se enquadram;
• Técnico de Robótica: Empresas que possuem muitos robôs podem optar por ter um técnico especializado que pode construir, conectar e testar sistemas robotizados de modo a garantir que as operações são executadas de acordo com o previsto, minimizando assim a necessidade de subcontratação de serviços externos.

• Gestor de Células Robotizadas: Este trabalho envolve um colaborador dedicado e totalmente responsável pelas operações robotizadas existentes no chão de fábrica, garantindo a sua operacionalidade, assim como a sua boa utilização e manutenção. Inclui responsabilidades pela implementação, manutenção, programação e formação dos operadores cujas tarefas em algum momento envolvam robôs ou células robotizadas. Este tipo de colaborador poderá também ter responsabilidades sobre a avaliação dos processos instalados e a sua potencial automação, perspetivando assim incrementos na sua eficiência, bem como a direta obtenção de melhores resultados operacionais;
• Engenheiro de Ferramentas: A ampla adaptação da automação pode exigir um colaborador que se foque no projeto e na fabricação de ferramentas dedicadas. Embora esse tipo de ferramenta tenda a ter custos iniciais mais altos, pode ser mais viável financeiramente a longo prazo, contando com um recurso humano com nível de formação académica elevado que pode ajudar a supervisionar toda a fase de projeto;
• Engenheiro de Controlo: Corresponde a um colaborador com especial capacidade analítica, dedicado a garantir que os outputs de cada processo de fabrico sejam obtidos do modo mais eficiente possível. Essa função é ideal para ambientes que introduziram uma grande quantidade de automação e onde todas as máquinas precisam de comunicar entre si;
• Outros Cargos: Embora a lista de empregos criados possa continuar indefinida, vários outros cargos podem vir a ser resultado da utilização de robôs, isto é, podem vir a ser criadas novas oportunidades em áreas fundamentais ao bom funcionamento das organizações, como sejam a logística, as compras ou as vendas.

Considerando o aumento constante do número de robôs industriais instalados em unidades fabris, transversalmente aos diversos sectores de atividade, atingindo cerca de 3 milhões de unidades em todo o mundo no ano de 2020 (dados da IFR), o impulso para a automatização e a imergência de novas tecnologias, é expectável que estas profissões sejam cultivadas e outras novas possam vir a ser definidas.

Neste sentido, a robótica e a automação de processos têm demonstrado que são promotoras de postos de trabalho, criando postos que agregam e representam maior valor acrescentado às organizações.

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